Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13945
RESISTÊNCIA SECUNDÁRIA AOS ANTIRRETROVIRAIS UTILIZADOS PARA TRATAMENTO EM PACIENTES COM HIV/AIDS: PERFIL DA GENOTIPAGEM EM PACIENTES ATENDIDOS NO INSTITUTO DE DOENÇAS TROPICAIS NATAN PORTELA (IDTNP)- TERESINA (PI)
Carvalho, Luciano Mourão Nascimento de | Date Issued:
2015
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Aids é uma doença que ataca o sistema imunológico devido à destruição dos glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). Ela é considerada um dos maiores problemas da atualidade pelo seu caráter pandêmico (ataca ao mesmo tempo muitas pessoas numa mesma região) e sua gravidade. A terapia antirretroviral altamente ativa (HAART) vem permitindo, desde 1996, que maiores taxas de supressão viral máxima sejam atingidas. A resistência viral que surge no contexto de terapia antirretroviral (TARV) e supressão viral inadequada é denominada resistência secundária. Não existem estudos sobre perfil de resistência aos antirretrovirais em pacientes com falha terapêutica dos estados do Piauí e Maranhão. Com o objetivo de avaliar o perfil de resistência do HIV aos antirretrovirais (ARVs), através de genotipagem, em pacientes com falha terapêutica, atendidos no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela (IDTNP), Teresina-PI, no período de 2003 a 2013, foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo, do tipo série de casos que compreendeu 246 pacientes. Características epidemiológicas e laboratoriais dos pacientes, bem como informações sobre drogas em uso ou previamente utilizadas pelos pacientes foram obtidas a partir de formulário de solicitação de genotipagem padronizado pela RENAGENO. A lista de mutações presentes e o padrão de sensibilidade do HIV aos ARV foram obtidos do laudo do exame de genotipagem. Os pacientes em sua maioria eram homens com idade acima de 45 anos e residentes em Teresina- PI. As médias de CD4 e Log da CV foram 275cél/mm³ e 4,27, respectivamente. O subtipo B foi identificado em 92,4% dos pacientes. A classe de drogas mais utilizada pelos pacientes foi a dos ITRN, com destaque para o AZT (87%) e lamivudina (86,2%)
Em relação aos ITRNN, a frequência de uso de efavirenz (52%) foi bastante superior a da nevirapina (12,2%). Entre os IPs, o lopinavir/r (37,7%), o nelfinavir (20,7%) e o atazanavir/r (14,6%) foram as drogas mais usadas. Os esquemas antirretrovirais mais utilizados foram AZT associado a lamivudina e efavirenz (32,11%) e AZT associado a lamivudina e lopinavir/r (26,02%). Dentre as mutações da transcriptase reversa, as mais frequentes associadas aos ITRN foram a M184V e as TAMs e associada aos ITRNN foi a K103N. As mutações mais frequentes da protease foram M36I, I62V e D30N. No grupo dos ITRN, o tenofovir representou a droga com melhor perfil de sensibilidade (62%), provavelmente associado a seu uso em menor frequência quando comparado aos outros representantes do grupo. A etravirina, ITRNN de segunda geração e não utilizada pelos pacientes, foi a droga desse grupo que mostrou permanecer com maior atividade antiviral (43%); a frequência de resistência viral para nevirapina (33%) e efavirenz (34%) foi semelhante, apesar da primeira ser muito menos utilizada, o que evidencia a existência de resistência cruzada para drogas da mesma classe. No grupo dos IPs, a melhor sensibilidade foi observada para os IPs de mais nova geração, tipranavir (79%) e darunavir (92%). Entre os IPs mais amplamente utilizados, o melhor perfil observado foi para lopinavir/r (69%). Os dados, encontrados em nosso trabalho, serão de suma importância para nortear estudos futuros sobre o tema e estabelecer comparações com trabalhos desenvolvidos na mesma área no Brasil e no mundo
Abstract
AIDS is a disease that attacks the immune system due to the destruction of white blood cells (CD4 + T lymphocytes). AIDS is considered one of the biggest problems of our time for its pandemic character (attacks while many people in the same region) and its severity. Highly active antiretroviral therapy (HAART) has allowed, since 1996, that higher rates of maximum viral suppression are achieved. Viral resistance that arises in the context of antiretroviral therapy (ARVs) and inadequate viral suppression is called secondary resistance. There are no studies on resistance profile to antiretroviral in patients with treatment failure in the states of Piauí and Maranhão. In order to evaluate the resistance profile of HIV to antirretrovirals through genotyping in patients with treatment failure treated at Instituto de Tropicais Natan Portela (IDTNP), Teresina-PI, in the period from 2003 to 2013, a retrospective and descritive series of cases study was developed. Epidemiological and laboratory characteristics of 246 patients as well as information about drug use or previously used by the patients were obtained from standardized genotyping application form by RENAGENO. The list of mutations present and the pattern of sensitivity of HIV to ARV were obtained from the survey genotyping report. The patients were mostly men aged over 45 and living in Teresina-PI. The average CD4 and log CV were 275cél / mm³ and 4.27, respectively. B subtype was identified in 92.4 % of patients. The class of drugs most commonly used by patients was that of NRTIs, particularly AZT (87%) and lamivudine (86.2 %). Regarding the NNRTI, the frequency of the use of efavirenz (52%) was much higher than that of nevirapine (12.2%)
Among the PIs, lopinavir/r (37.7%), nelfinavir (20.7%) and atazanavir/r (14.6%) were the most used drugs. The most commonly used antiretroviral AZT regimens were associated with lamivudine and efavirenz (32.11%) and AZT associated with lamivudine and lopinavir/r (26.02%). Among the mutations of reverse transcriptase, the most frequently associated with NRTIs were M184V and TAMs, and associated with NNRTI was the K103N. The most common protease mutations were M36I, I62V and D30N. In the group of NRTI, tenofovir represented the drug with better sensitivity profile (62%), probably associated with its use in lower frequency when compared to other representatives of the group. Etravirine, second generation NNRTI and not used by patients was the drug of this group showed that remain with higher antiviral activity (43% ); viral resistance to nevirapine frequency ( 33%) and efavirenz (34% ) was similar, although the former is much less used, which demonstrates the existence of cross-resistance to drugs of the same class. In the group of IPs, the best sensitivity was observed for the younger generation of IPs, tipranavir (79 %) and darunavir (92%). Among the most widely used PI, the better profile was observed for lopinavir/r (69%). The data found in our work is of paramount importance to guide future studies and comparisons with work carried out in the same area in Brazil and in the world
Share