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DissertaçãoDireito Autoral
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AS FUNÇÕES DE FUNCÇÕES DO CÉREBRO- 1876: UM ESTUDO DO EVOLUCIONISMO DE DOMINGUES GUEDES CABRAL - 1852-1883
Pereira Filho, Roberto Sobreira | Data do documento:
2008
Título alternativo
The functions of 'Funcções do Cerebro' - 1876: a study of the evolutionism of Domingues Guedes Cabral - 1852-1883Autor(es)
Orientador
Membros da banca
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em História das Ciência e da Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
O livro Funcções do Cerebro (1876), do médico baiano Domingos Guedes Cabral (1852-1883), é reconhecido como um dos primeiros trabalhos nacionais a expor e defender teorias darwinistas. A importância deste fato liga-se diretamente à dinâmica do final do século XIX, quando os intelectuais brasileiros dialogavam intensamente com teorias européias a fim de interpretar os problemas nacionais contemporâneos, tais como Guerra do Paraguai, escravidão, regime político, adoção de mão de obra imigrante e educação do povo. Ciente da necessidade de maiores investigações em relação à recepção das teorias evolucionistas no Brasil, este trabalho se propôs a investigar o livro Funcções do Cerebro
(1876) perseguindo dois objetivos principais: 1) esclarecer como Guedes Cabral compreendeu e utilizou o evolucionismo em sua argumentação e 2) demonstrar a finalidade do argumento de Guedes Cabral, ou seja, qual o sentido que suas idéias apresentam. Como orientação metodológica foram utilizados os trabalhos de Jean Baptiste Lamarck (1744- 1829), Herbert Spencer (1820-1903), Charles Darwin (1809-1882), e Ernst Haeckel (1834- 1919), além das discussões de Mayr (1998) e John C. Greene (1981) acerca dos significados do termo darwinismo. Os resultados encontrados apontam para o uso do
darwinismo como parte de um projeto ideológico, coerente com as posições políticas de Guedes Cabral em relação ao regime imperial, por um lado, e à institucionalização da medicina nacional, por outro. Dentro da esfera biológica, a obra analisada apresenta uma continuidade com o desenvolvimento da atividade científica brasileira no início do século XX, como considerações sobre o campo da medicina criminal e a proposição do exercício cerebral como forma de aperfeiçoar o homem brasileiro. Funcções do Cerebro (1876) representa um exemplo importante da dinâmica intelectual do último quartel oitocentista brasileiro, quando teorias intelectuais misturaram-se inextrincavelmente a propostas políticas, impossibilitando uma demarcação clara entre as duas esferas.
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