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DissertaçãoDireito Autoral
Acesso aberto
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
03 Saúde e Bem-EstarColeções
Metadata
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SÍFILIS E PRÉ-NATAL NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE E NA ÁREA INDÍGENA DE AMAMBAI, MS: CONHECIMENTO E PRÁTICA DE PROFISSIONAIS
Cuidado Pré-Natal
Pessoal de Saúde
Protocolos Clínicos
Hospitais Públicos
Índios Sul-Americanos/etnologia
Humanização da Assistência
Schmeing, Lilian Mara Basilio | Data do documento:
2012
Título alternativo
Syphilis and prenatal care in public health and in the area of indigenous Amambai, MS: knowledge and practice of professionalAutor(es)
Orientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
A qualidade da assistência durante a gestação é um importante determinante da
redução de transmissão vertical da sífilis. A sífilis congênita (SC) é uma das grandes
causas de morbidade na vida intrauterina, levando a resultados negativos na
gestação em mais de 50 ٪ dos casos. É importante ressaltar que a SC pode ser
considerado um claro indicador da qualidade da assistência à saúde no pré-natal,
pois se é feito o diagnóstico da sífilis e o tratamento adequado da gestante e do
parceiro durante o pré-natal, consegue-se assim reduzir a incidência desse agravo.
O objetivo geral deste estudo transversal foi descrever os conhecimentos e práticas
dos profissionais que realizam a assistência pré-natal na rede pública de saúde e na
área indígena do município de Amambai/MS, referentes à detecção, tratamento e
acompanhamento da gestante com sífilis. Foram entrevistados 24 profissionais prénatalistas, através de questionário contendo perguntas abertas e fechadas,
autorrespondido pelo entrevistado em seu ambiente de trabalho.
Os resultados mostraram que 66,7% dos profissionais pré-natalistas possuem
especialização, 41,7% são formados há mais de 10 anos e 33,3% atuam como prénatalistas há mais de 10 anos. O primeiro atendimento à gestante é realizado pelo
enfermeiro (91,7%), com 100% dos profissionais solicitando a coleta da triagem prénatal. Observou-se que 41,7% dos profissionais realizaram algum treinamento sobre
sífilis na gestação e 87,5% conhecem o manual do Ministério da Saúde. Com
relação à situação da sífilis congênita em Amambai, 50% dos profissionais
desconhecem a realidade do município. Em relação às condutas preconizadas pelo
Ministério da Saúde, 75% dos profissionais informaram solicitar o exame do VDRL
no 1° e 3° trimestres. Quanto aos parceiros, 54,2% dos profissionais relataram
convocá-los a vir à unidade e somente 20,8% realizam visita domiciliar. As
dificuldades alegadas pelos profissionais para o manejo adequado da sífilis na
gestação incluíram: o início tardio do pré-natal (83,3%) e o não comparecimento do
parceiro (54,1%). As dificuldades relatadas na abordagem da gestante com sífilis
foram: conversar sobre e com o parceiro (54,2%) e conversar sobre a forma de
transmissão da sífilis (20,9%). As estratégias propostas pelos profissionais para a
melhoria da situação foram: capacitações curtas em serviço (54,2%), mudanças nas
unidades para facilitar o tratamento dos parceiros (79,2%) e acesso à informação
sobre os casos ocorridos na cidade (41,7%).
Este estudo ficou limitado no número de participantes, porém de acordo com a
distribuição populacional. Concluiu-se que as dificuldades encontradas pelos
profissionais pré-natalistas em Amambai não diferem de outras realidades, como o
início tardio do pré-natal, o não comparecimento do parceiro como acompanhante da
gestante, a dificuldade em tratar de maneira adequada a gestante e seu parceiro. As
informações obtidas no estudo apontam para uma necessidade de capacitação
frequente e em serviço, assim como algumas mudanças estruturais nos serviços
existentes, acoplada à disseminação de indicadores de saúde locais, de modo a
garantir o tratamento adequado da gestante e de seu parceiro, visando à eliminação
da SC.
Resumo em Inglês
The quality of antenatal care is an important factor to reduce the vertical transmission
of syphilis. Congenital syphilis (CS) is among the greatest intrauterine morbidity
causes, leading to negatives outcomes of pregnancy in up to 50% of cases. CS is
one f the best indicators of antenatal care’s quality, once the diagnosis and treatment
of syphilis during pregnancy, including the partner, can avoid the transmission to the
fetus.
The aim of this cross-sectional study was to describe knowledge and practices about
syphilis and its consequences of healthcare workers (HCW) involved in antenatal
care, at both the public health level and the indigenous health level in Amambai,
Mato Grosso do Sul, a city located at the Brazilian border zone with Paraguay.
Twenty-four HCW were interviewed through a self-responding questionnaire, with
close and open questions, applied at their workplaces.
Sixty-seven percent of those HCW had some kind of specialty title, 42% had more
than 10 years after graduation from medical or nurse school, and 1/3 of them work in
antenatal care for more than 10 years. Mostly (92%), the first contact of the pregnant
woman is held with the nurse, but 100% of them would ask for the complete prenatal
triage tests. Forty-two percent attended some syphilis in pregnancy training and 88%
knew the Brazilian Ministry of Health guidelines’ manual on the topic. Regarding the
CS’ scenario in Amambai, 50% of the HCW wasn`t aware of its magnitude. When
asked about the guidelines, 75% would obtain the VDRL test in the 1st and 3rd
trimesters, 54% would ask for presence of the positive woman`s partner at the health
unit to be tested for and treated, and only 21% would do a home visit to check on the
partner. The alleged difficulties to deal with syphilis during pregnancy were late entry
to antenatal care and partner’s absence. Also, talking about syphilis with the positive
woman, its sexual transmission and telling them how get to their partners were
matters of concern. When asked about proposing strategies to ameliorate the
situation, the involved HCW indicated short and frequent “hands-on” training,
structural changes at the health unit’s level to increase partner’s participation and
greater knowledge about the disease in their city.
Although limited in the number of participants, this study reflected the city’s small
size. The findings about HCW and their practices in Amambai were similar to other
settings, where late entry to prenatal care, difficulties in both partners’ outreaching
and adequate syphilis treatment are features of their realities. There is a need for
more frequent training, redesigning of health care delivery and dissemination of
health indicators among HCW in order to eliminate CS.
DeCS
Sífilis Congênita/transmissäoCuidado Pré-Natal
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