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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34067
AGRAVOS INFECCIOSOS E AUTOAVALIAÇÃO DA SAÚDE DE USUÁRIOS DE CRACK EM CENAS ABERTAS DE USO, BRASIL, 2012
Hepatite C
Fatores de risco
Drogas ilícitas
Transtornos relacionados ao uso de substâncias
Autoavaliação de saúde
Modelos mistos
Brasil
Hepatitis C
Risk factors
Ilicit drugs
Polydrug use
Self-reported health
Mixed models
Brazil
Antígenos da Hepatite C
Fatores de Risco
Drogas Ilícitas
Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias
Autoavaliação Diagnóstica
Brasil
Modelos Mistos
Coutinho, Carolina Fausto de Souza | Date Issued:
2017
Alternative title
Infectious diseases and self-assessment of crack users of health open scenes of use, Brazil, in 2012Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: O consumo de crack está frequentemente associado a vulnerabilidade social e a população
usuária de drogas é bastante suscetível a diferentes agravos à saúde, principalmente de natureza
infecciosa, como infecção pelo vírus HIV, pelos vírus de Hepatites B e C, além de sífilis e tuberculose.
Objetivo: Descrever aspectos relacionados à saúde de usuários de crack, com ênfase na infecção por
HIV e HCV, e auto avaliação de saúde física e o acesso a serviços de saúde e sociais, no Brasil, no
período de 2011 a 2013. Artigo 1: Estimação dos fatores de risco para infecção por HCV, em usuários
de crack, utilizando modelos de regressão que incorporam a incerteza do teste diagnóstico utilizado.
Métodos: Incluíram-se todos os participantes com resultado positivo no teste rápido para detecção do
vírus da hepatite C e, para cada sororreagente, 4 indivíduos com resultado negativo foram aleatoriamente
selecionados, pareando por sexo, faixa etária e macrorregião do país. Utilizou-se modelos de regressão
logística mistos hierárquicos, com e sem incorporação dos valores de sensibilidade e especificidade do
teste diagnostico. Resultados: As Estimativas de AOR apresentaram valores diferentes nos modelos
com e sem incorporação da incerteza do teste de diagnostico. No modelo que incorporou a incerteza, a
chance de infecção pelo vírus do HCV foi de 1,81 vezes maior nos poliusuários, 8,44 vezes maior no
uso de drogas injetáveis e 4,40 vezes maior nos que relatam ulcera genital. Conclusão: Pessoas que
usam crack estão mais expostas ao risco de contrair o vírus de HCV se já fizeram uso de droga injetável
alguma vez na vida; se são poliusuários e se apresentam alguma Infecção Sexualmente Transmissível
(IST) ulcerativa. A inserção de sensibilidade e especificidade do teste diagnóstico no modelo de
regressão multivariado possibilitou associar fatores de risco e status de infecção em si. Artigo 2: Avaliar
o estado físico de saúde autorreferido por usuários de crack de cenas abertas de uso de droga. Métodos:
Estimou-se, de forma multivariada e separada por sexo, a associação entre a autoavaliação do estado de
saúde com as variáveis selecionadas por meio de regressão logística multinomial. Resultados: Para o
sexo masculino, os fatores associados a autoavaliação do estado de saúde ruim foram o poliuso de drogas
(AOR = 1,57); uso de crack devido ao preço barato (AOR = 2,02); ter sintomas de tuberculose (AOR =
2,21); feridas na boca (AOR = 2,30); dificuldade de dormir (AOR = 1,64); dificuldade de concentração
(AOR = 1,56) e baixa autoestima (AOR = 2,05). Já no sexo feminino, os fatores que influenciaram a
autoavaliação do estado de saúde ruim foram a faixa etária de 18 a 30 anos (AOR = 2,22); o uso de crack
e similares devido a problemas familiares (AOR = 2,37); baixa autoestima (AOR = 3,87) e ideações
suicidas (AOR = 3,69). Conclusão: Os resultados sugerem que para os homens, a questão econômica
tem relevância central na sua percepção de saúde. No caso das mulheres, a motivação para uso de crack
por perda de trabalho e renda se apresentou como fator protetor frente a autoavaliação de saúde ruim.
Diferentemente dos homens, aparentemente, problemas financeiros não influenciam a percepção de
saúde das mulheres. A maior parte dos fatores que influenciaram a percepção de saúde ruim entre
usuários de crack são fatores emocionais. Ressalta-se a importância de elaboração de políticas públicas
de acompanhamento multidisciplinar, incluindo saúde mental e ações de apoio social. Capitulo
Número 5: Calcular as prevalências da infecção pelo HIV e HCV e a prevalência de tuberculose em
usuários de crack e descrever comportamentos de risco para as IST. Métodos: As proporções foram
comparadas por meio do teste do qui-quadrado, considerando-se o nível de significância de 0,05.
Resultados: A prevalência de infecção pelo HIV foi de 4,9%, a de infecção pelo vírus da Hepatite C foi
de 2,63% e de tuberculose de 1,67%. Conclusão: Os achados evidenciam a vulnerabilidade da
população de usuários de crack frente ao risco de contrair doenças infecciosas. Capitulo Número 7:
Analisar aspectos de saúde e de acesso a serviços por usuários de crack. Métodos: Análise bivariada,
comparando-se as proporções por meio do teste do qui-quadrado e adotando-se o nível de significância
de 5%. Resultados: Aproximadamente 27% dos usuários de crack informaram ter acessado algum tipo
de serviço de saúde nos 30 dias anteriores à entrevista, com diferenciais por sexo. A maioria (77,2%),
relatou ter vontade de realizar tratamento para o uso de drogas. Conclusão: Usuários de crack
frequentam de forma esparsa e muito aquém do desejável, serviços de saúde e sociais, o que parece
fortemente associado à situação de vulnerabilidade social em que estão inseridos.
Abstract
Introduction: Crack use is often associated with social vulnerability and the drug users are very
susceptible to different health problems, mainly of infectious diseases such as HIV infection,
Hepatitis B and C viruses, Syphilis and Tuberculosis. Aim: Describe the aspects related to crack
users, with emphasis on HIV and HCV infection, and self-assessment of physical health and access
to health and social services in Brazil, from 2011 to 2013. Article 1: Estimation of risk factors for
HCV infection in crack users using regression models with uncertainty of the diagnostic test used.
Methods: All participants with positive results in the rapid test for the detection of hepatitis C virus
were included and for each seroreagent, four subjects with negative results were randomly selected,
by gender, age group and macroregion of the country. We used hierarchical mixed logistic
regression models, with and without incorporation of diagnostic test sensitivity and specificity.
Results: The AOR estimates presented different values in the models with and without
incorporation of the uncertainty of the diagnostic test used. In the model that incorporated sensitivity
and specificity of diagnostic test, the chance of HCV virus infection was 1.81 times higher in
polydrug use, 8.44 times higher in injecting drug use and 4.40 times higher in those reporting genital
ulcer. Conclusion: People who use crack are at high risk of contracting the HCV virus if they have
been injected drug any time in their lives, if they are polydrug use and if they have ulcerative
Sexually Transmitted Infections (STI). The insertion of diagnostic test sensitivity and specificity
into the multivariate regression model made possible to associate risk factors to infection status
itself. Article 2: Evaluate the self-reported physical health status of crack users in open drug use
scenes. Methods: Analyses multivariate and segregated by sex was made to identify association
between the self-reported health status and the variables selected, using multinomial logistic
regression. Results: For males, the factors associated with poor self-reported health status were
polydrug use (AOR = 1.57); use of crack due to cheap price (AOR = 2.02); Tuberculosis symptoms
(AOR = 1.64); difficulty concentrating (AOR = 1.56) and low self-esteem (AOR = 2.05). For
females, the factors that influenced the poor self-reported health status were the age range of 18 to
30 years (AOR = 2.22), use of crack and the like due to family problems (AOR = 2.37), low selfesteem (AOR = 3.87) and suicidal thoughts (AOR = 3.69). Conclusion: The results suggest that for
men, the economic issue has central relevance in their perception of health. For women, the
motivation to use crack by loss of work and income was presented as a protective factor against
poor health self-assessment. Differently from men, apparently, financial problems do not influence
the perception of women's health. Most of the factors associated with poor health perception among
crack users are emotional. That is important to elaborate public policies with multidisciplinary
follow-up, including actions in mental health and social support. Chapter Number 5: Calculate
the prevalence of HIV and HCV infection and the prevalence of Tuberculosis in crack users and
describe risk behaviors for STI. Methods: The proportions were compared by means and chi-square
test, considering the level of significance of 0.05. Results: HIV prevalence was 4.9%, Hepatitis C
virus infection was 2.63%, and Tuberculosis infection was 1.67%. Conclusion: The findings
highlight the vulnerability of the crack users population to risk of acquire infectious diseases.
Chapter Number 7: Analyze aspects of health and access to services by crack users. Methods:
Bivariate analysis comparing the proportions by means and chi-square test, adopting 5% as
statistically significant. Results: Approximately 27% of crack users reported having accessed to
some type of health service in the 30 days prior the interview, with differentials by sex. The majority
(77.2%) reported willingness to treat drug use. Conclusion: Crack users attend far below desirable
health and social services, which seems strongly associated with the situation of social vulnerability
in which they are inserted.
Keywords in Portuguese
Cocaína/crackHepatite C
Fatores de risco
Drogas ilícitas
Transtornos relacionados ao uso de substâncias
Autoavaliação de saúde
Modelos mistos
Brasil
Keywords
Crack CocaineHepatitis C
Risk factors
Ilicit drugs
Polydrug use
Self-reported health
Mixed models
Brazil
DeCS
Cocaína CrackAntígenos da Hepatite C
Fatores de Risco
Drogas Ilícitas
Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias
Autoavaliação Diagnóstica
Brasil
Modelos Mistos
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