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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39060
CUSTOS DA DOAÇÃO DE SANGUE E DOS HEMOCOMPONENTES DE UM HEMOCENTRO PÚBLICO BRASILEIRO: DO DOADOR AO RECEPTOR
Affilliation
Governo do Distrito Federal. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Brasília, DF, Brasil.
Governo do Distrito Federal. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Brasília, DF, Brasil.
Governo do Distrito Federal. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Brasília, DF, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: Segundo o Ministério da Saúde brasileiro(1), o uso de sangue e hemocomponentes é uma prática dispendiosa para o SUS, pois para seu processamento necessita e utiliza tecnologia de ponta e recursos humanos altamente especializados, apesar de ter o seu fornecimento diretamente relacionado à doação voluntária. Posto isso, por exigência legal,foi criada uma Portaria nº 1.469/2006(2) com os custos operacionais, onde apresentou-se uma tabela referencial de ressarcimento aos não-usuários do SUS e instituições privadas de saúde. A tabela foi criada há 12 anos atrás, de forma temporária, considerando as dificuldades levantadas por vários serviços de hemoterapia públicos. Contudo, passado esse tempo, seu valor está desatualizado no DF, a despeito de outros Estados da Federação, que já fizeram sua atualização, sem ao menos ser corrigida pela inflação do período. Isso pode está trazendo prejuízos ao SUS. Objetivo: analisar os custos envolvidos no ciclo do sangue em um hemocentro público no DF, com vistas a atualizar a atual tabela e prestar contas à sociedade das despesas envolvidas no processo. Métodos: trata-se de uma pesquisa quantitativa, exploratória-descritiva, com análise documental, considerando os custos dos anos de 2015 e 2016, utilizando o custeio por absorção, seguindo o modelo do Programa Nacional de Gestão de Custos – PNGC(3). Tal metodologia foi desenvolvida pelo Ministério da Saúde em parceria com a OPAS para cálculo de custos hospitalares. Esse método considera 4 grupos de despesas, a saber: Pessoal, Insumos (Materiais e medicamentos), Serviços Terceirizados e Despesas Gerais. Resultados: após o levantamento do custo total dos centros de custos, levantou-se a produtividade de cada setor e chegou-se ao custo dos seus produtos. O custo para se captar um paciente nesse hemocentro correspondeu, em média, a R$ 32,74, o de triagem R$ 83,35 e o de coleta, RS$ 299,03. A bolsa de sangue total custa R$ 585,81. Após o processamento da bolsa de sangue, geramse os hemocomponentes, a saber: concentrado de hemácias: 1) R$ 346,16; 2) concentrado de plaquetas R$ 159,77; 3)Plasma fresco congelado R$ 239,65, Unidade de Crioprecipitado R$ 159,77, dentre outros. O estudo verificou, no referido hemocentro, uma defasagem, em média, de mais 100% nos valores de custos. Conclusão: é importante que, tanto o doador como o receptor saibam que, mesmo sendo um ato gratuito, voluntário, o sangue doado passa por toda uma análise sorológica, manutenção e preservação desses hemocomponentes, que geram despesas para o serviço público. Acreditamos que os dados de custos poderão nortear atualizações na forma de cobrança dos custos dos hospitais privados, contribuindo para um ressarcimento justo, de forma a não acarretar prejuízo ao Sistema Único de Saúde.
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