Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49667
INDÍGENAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEGUNDO O CENSO DEMOGRÁFICO: PERFIL POPULACIONAL, DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E CARACTERÍSTICAS DO DOMICÍLIO
Censos
População Indígena
Área Urbana
Cidades
Características de Residência
Condições Sociais
Classe Social
Índios Sul-Americanos
Análise Espacial
Demografia
Fatores Sócioeconômicos
Epidemiologia Descritiva
Brasil
Estudo Observacional
Estudos de Avaliação
Cunha, Barbara Coelho Barbosa da | Date Issued:
2019
Alternative title
Indigenous people of the state of Rio de Janeiro according to the Demographic Census: population profile, spatial distribution and household characteristicsAdvisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Em escala global, os indígenas, de maneira geral, constituem um segmento
populacional vulnerável, apresentando indicadores sociodemográfico, econômico e de
saúde piores do que o restante da população. Um fenômeno já observado em outros
países diz repeito ao aumento de indígenas residentes em áreas urbanas, especialmente
em áreas periféricas. Os censos realizados no Brasil ao longo das três últimas décadas
evidenciaram que entre 40% e 50% dos indígenas residiam em áreas urbanas. Com o
objetivo de caracterizar a população indígena do Estado do Rio de Janeiro e da área
urbana da sua região metropolitana buscou-se através de indicadores sociodemográficos
e econômicos, verificar sua distribuição espacial e as características do domicílio
(saneamento e entorno), com base nos dados dos Censos Demográficos 2000 e 2010.
Esta tese encontra-se estruturada no formato artigos. O primeiro, que compara os
Censos 2000 e 2010, evidenciou que a maioria dos indígenas do Estado residia, em
ambos os censos, em área urbana e na mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro.
Contudo, as respostas positivas para as perguntas sobre língua indígena falada no
domicílio e etnia (Censo 2010) se mostraram mais pronunciadas na área rural. Foram
identificadas ainda mudanças nos indicadores referentes à renda, composição etária e
tipo do setor de residência. O segundo artigo explorou dados de 2010 através de análises
espaciais com foco nos setores censitários urbanos da Região Metropolitana do Rio de
Janeiro. Verificou-se que os indígenas residiam majoritariamente nas zonas Sul e
Centro do município do Rio de Janeiro, aproximando-se mais do padrão de distribuição
espacial da população branca. Foi constatado também que na maioria dos setores (75%)
não havia indígenas e que em 20% daqueles com indígenas havia um único residente
indígena. A composição etária dos indígenas por sexo diferiu das demais categorias de
cor ou raça. Finalmente, o último artigo abordou as condições socioeconômicas e de
presença de saneamento e do entorno do domicílio na área urbana da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro a partir dos dados de 2010. Os resultados revelaram
diferenças marcantes entre os indicadores a depender do município. A variável mais
frequente foi “lixo acumulado no logradouro”. Observou-se que, tal como evidenciado
na literatura, os brancos residiam em locais com melhores condições socioeconômicas,
de saneamento e do entorno, e os pretos e pardos nos menos satisfatórios. Para
indígenas, em alguns recortes analisados o padrão se mostrou mais próximo daquele da
população branca. Em conclusão, a tese apresenta uma detalhada caracterização dos
indígenas captados nos Censos de 2000 e 2010 no Estado e na Região Metropolitana do
Rio de Janeiro, a partir de diferentes indicadores e recortes geográficos explorados,
apontando para a ocorrência de desigualdades socioeconômicas e espaciais cuja
interpretação requer nuançadas perspectivas que levem em consideração aspectos sóciohistóricos e demográficos.
Abstract
On a global scale, indigenous people, in general, constitute a vulnerable
population segment, presenting worse socio-demographic, economic and health
indicators than the rest of the population. A phenomenon already observed in other
countries concerns the increase of indigenous residents in urban areas, especially in
peripheral areas. The censuses conducted in Brazil over the past three decades have
shown that between 40% and 50% of indigenous people lived in urban areas. In order to
characterize the indigenous population of the State of Rio de Janeiro and the urban area
of its metropolitan region, we sought through socio-demographic and economic
indicators, to verify their spatial distribution and household characteristics (sanitation
and surroundings), based on data from the 2000 and 2010 Demographic Census. This
thesis is composed of three papers. The first, which compares the 2000 and 2010
Census, shows that the majority of the state's indigenous people resided in both
censuses in urban areas and in the metropolitan mesoregion of Rio de Janeiro. However,
positive answers to questions about indigenous language spoken at home and ethnicity
(Census 2010) were more pronounced in the rural area. Changes were also identified in
the indicators related to income, age composition and type of residence sector. The
second paper explores data from 2010 through spatial analysis focusing on urban census
tracts in the Rio de Janeiro´s Metropolitan Region. It was found that the indigenous
people lived mostly in the South and Center of Rio de Janeiro, closer to the pattern of
spatial distribution of the white population. It was also found that in most sectors (75%)
there were no indigenous and that in 20% of those with indigenous there was a single
indigenous resident. The age composition of the indugenous by gender differed from the
other categories of color or race. Finally, the third paper addresses the socioeconomic
conditions and the presence of sanitation and the surroundings of the household in the
urban area of the Rio de Janeiro Metropolitan Region from the 2010´s data. The results
revealed striking differences between the indicators depending on the municipality. The
most frequent variable was “garbage accumulated in the street”. It was observed that, as
evidenced in the literature, whites lived in places with better socioeconomic, sanitation
and surrounding conditions, and blacks and browns in less satisfactory ones. For
indigenous people, in some analyzed sections, the pattern was closer to that of the white
population. In conclusion, the thesis presents a detailed characterization of the
indigenous captured in the 2000 and 2010 Census in the State and in the Metropolitan
Region of Rio de Janeiro, from different explored geographical indicators and clippings,
pointing to the occurrence of socioeconomic and spatial inequalities whose
interpretation requires nuanced perspectives that take into account socio-historical and
demographic aspects.
DeCS
HumanosCensos
População Indígena
Área Urbana
Cidades
Características de Residência
Condições Sociais
Classe Social
Índios Sul-Americanos
Análise Espacial
Demografia
Fatores Sócioeconômicos
Epidemiologia Descritiva
Brasil
Estudo Observacional
Estudos de Avaliação
Share