Avaliação da qualidade da vacinação por Tríplice Viral no Brasil no contexto das fake news

Abstract

Procurou-se avaliar a qualidade da vacinação por tríplice viral no Brasil no contexto das Fake News, no período de 2009 a 2019. O estudo contou com duas etapas. Na primeira etapa quantitativa, foi realizado um estudo ecológico. Buscou-se através de uma série temporal com mapas temáticos, analisar a evolução espaço-temporal das taxas de cobertura vacinal por tríplice viral e os casos de sarampo no País. Para isso foram adotados dados secundários disponibilizados por bancos de dados do Ministério da Saúde através do SI-PNI E APIWEB no DATASUS para analisar a série histórica da cobertura vacinal da tríplice viral, com descrição da distribuição espacial no território brasileiro. A segunda etapa que serviu de base para o estudo avaliativo para determinar o grau da qualidade, foi qualitativa e foram coletados dados (narrativas) das redes/mídias sociais (sites e aplicativos de relacionamento, sites sobre saúde, blogs, plataforma de busca Google) sobre as Fake News veiculadas acerca da vacina tríplice viral, a fim de possibilitar a categorização dos argumentos utilizados nos conteúdos e o público-alvo dessas redes. Resultados e Discussão: Vivenciamos atualmente uma dupla epidemia: o retorno dos casos de sarampo no País após o período de eliminação e a Infodemia, caracterizada pela expansão de Fake News sobre vacinas nas redes e mídias sociais. Diversos fatores estão relacionados a esses fenômenos, entre eles a heterogeneidade da cobertura vacinal nos estados brasileiros, a queda das taxas de cobertura vacinal de tríplice viral, falha vacinal, sucateamento do SUS, desinformação entre outros. Considerações Finais: Com base nos resultados desse estudo, podemos afirmar que a única forma de reduzir a morbimortalidade por sarampo no Brasil é alcançando a meta de 95% de cobertura vacinal por tríplice viral, duas doses. Porém para que isso aconteça é necessário que se compreenda todos os fatores envolvidos nesse contexto do retorno do sarampo e baixa cobertura vacinal.