Planejamento para o desenvolvimento institucional: a co-gestão no Instituto Nacional de Câncer

Abstract

Analisa a prática do planejamento num grande hospital público, o Instituto Nacional do Câncer do Ministério da Saúde, com todas as suas responsabilidades institucionais nas áreas assistencial, de ensino e pesquisa, de elaboração de normas ténico-científicas e de formulação e execução de uma política setorial no campo da saúde. Não se trata de um estudo clássico sobre administração hospitalar, mas de uma discussão que enfatiza as transformações e mudanças observadas na instituição no período de 1980-1984 facilmente comprovadas quantitavamente mas pouco entendidas e analisadas. Situa o planejamento como um instrumento de transformação institucional e social, buscando articular logicamente uma série de fatos aparentemente isolados dentro da conjuntura vivida pela instituição, o INCA, no sistema de assistência médica do país. Apresenta suas conclusões sob dois aspectos: 1 - O desenvolvimento institucional do INCA no Regime de Co-Gestão. Analisando diversas questões institucionais, mostra que a criação dos Centros de Excelência em hospitais públicos, organizados em base de regionalização ou por grandes grupos de especialidades permitirá ao poder público exercer o papel que a ele tem sido avocado pelas propostas progressistas na área da saúde. 2 - O processo de planejamento no INCA. Analisando a experiência de planejamento durante seus 5 anos de existência (1980-1984) mostra que os registros deste corte temporal representam apenas um momento do processo de vida da instituição, com características peculiares, que marcam a inflexão da história recente, saindo da decadência para o desenvolvimento planejado e aproximando-se rapidamente da maturidade, o que aponta para a própria essência do planejamento como instrumento de ação transformadora.