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ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM HIV/AIDS POR TRANSMISSÃO VERTICAL ACOMPANHADOS EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA ENTRE 1987 E 2017
Transmissão vertical de doenças infecciosas
Adolescente
Criança
Terapia Antirretroviral de alta atividade
Vertical transmission of infectious diseases
Adolescent
Child
High-activity antiretroviral therapy
Transmisión vertical de enfermedades infecciosas
Adolescentes
Niños
Terapia antirretrovírica de alta actividad
Santos, Emanuelle Milayne Araújo dos | Data do documento:
2023
Autor(es)
Orientador
Membros da banca
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.
Universidade Federal de Pernambuco. Recife, PE, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.
Universidade Federal de Pernambuco. Recife, PE, Brasil.
Resumo
A terapia medicamentosa em crianças e adolescentes que vivem com HIV proporciona uma
melhor qualidade de vida, amplia a sobrevida e possibilita o desenvolvimento infantil. Nesse
contexto, a adesão à terapia é primordial para a efetividade do tratamento. Esse estudo analisa
os fatores relacionados à não adesão à terapia antirretroviral entre crianças e adolescentes com
HIV por transmissão vertical acompanhados em um Serviço de Atenção Especializada (SAE)
entre 1987 e 2017. Trata-se de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, descritivo-analítica,
observacional e longitudinal a partir da análise de uma coorte retrospectiva fixa. Foi realizado
no ambulatório do Hospital-Dia Pediátrico Engenheiro Manoel Figueira do Instituto de
Medicina Integral Professor Fernandes Figueira. Foram incluídas 487 crianças e adolescentes
de 0 a 19 anos de idade, com diagnóstico positivo para HIV/Aids por via de transmissão vertical
cadastradas no serviço entre 1987 e 2017, que tinham informações sobre a adesão na última
consulta. Também participaram quatro profissionais de saúde do SAE e quatro famílias
acompanhadas no período estudado. Foi construído um banco de dados com variáveis
demográficas e sociais das crianças e adolescentes, dados maternos e relacionados à primeira e
última consulta realizadas. Foi realizada análise estatística univariada e multivariada
convencional e hierarquizada para identificação dos fatores relacionados a não adesão. Foram
também realizadas entrevistas semiestruturadas, orientadas por um roteiro previamente
elaborado. Foi utilizada a análise de conteúdo por meio da técnica de condensação de
significados. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Agamenon
Magalhães e do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Quase 40,0% das
crianças e adolescentes acompanhadas no serviço não aderiram ao tratamento. Destas, a maioria
foi acompanhada por até 6 anos, realizou de 3 a 5 esquemas terapêuticos, nasceu a termo,
realizou aleitamento materno e iniciou o acompanhamento com mais de um ano de idade. Suas
mães tinham principalmente de 20 a 34 anos, o diagnóstico foi realizado após o parto, não
realizaram medidas profiláticas, tinham baixa escolaridade e quase 65% desenvolveram a forma
mais grave da infecção. Essas crianças e adolescentes eram em maior proporção do sexo
feminino, não brancos, suas famílias ganhavam até um salário mínimo e eram contempladas
por programas de benefício social. Ao final, as variáveis maternas - escolaridade, idade e o
momento do diagnóstico, mantiveram-se no modelo final como fatores de risco para não
adesão. Os entrevistados apontaram que são fatores determinantes para adesão a aceitação dos
cuidadores, o acolhimento no serviço, as estratégias de incentivo ao tratamento e a
palatabilidade do fármaco. Os cuidadores identificam o medo da descoberta do diagnóstico por
terceiros, a falta da rede de apoio e o estigma como importantes fenômenos relacionados a não
adesão. Além disso, reconhecem o papel do serviço e o apoio dos profissionais como fatores
que auxiliam a adesão. Percebe-se que os aspectos relacionados a não adesão têm forte
influência da vulnerabilidade social que afeta as crianças e suas famílias, demonstrando que a
Política Nacional precisa ser integral, envolvendo não somente a assistência à saúde, mas
também a defesa de uma vida digna.
Resumo em Inglês
Drug therapy in children and adolescents living with HIV provides a better quality of life,
extends survival and enables child development. In this context, adherence to therapy is
paramount for the effectiveness of treatment. This study analyzes the factors related to non-
adherence to antiretroviral therapy among children and adolescents with HIV through vertical
transmission followed in a Specialized Care Service (SAE) between 1987 and 2017. This is a
quantitative and qualitative, descriptive-analytical, research. observational and longitudinal
from the analysis of a fixed retrospective cohort. It was carried out in the outpatient clinic of
the Engenheiro Manoel Figueira Pediatric Day Hospital of the Professor Fernandes Figueira
Integral Medicine Institute. A total of 487 children and adolescents aged 0 to 19 years old, with
a positive diagnosis for HIV/AIDS through vertical transmission, registered in the service
between 1987 and 2017, who had information on adherence at the last consultation, were
included. Four SAE health professionals and four families monitored during the study period
also participated. A database was built with demographic and social variables of children and
adolescents, maternal data and data related to the first and last consultation. Conventional and
hierarchical univariate and multivariate statistical analysis was performed to identify factors
related to non-adherence. Semi-structured interviews were also carried out, guided by a
previously prepared script. Content analysis was used through the technique of condensation of
meanings. It was approved by the Research Ethics Committee of Hospital Agamenon
Magalhães and Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Almost 40.0% of
children and adolescents monitored at the service did not adhere to treatment. Of these, most
were followed up for up to 6 years, underwent 3 to 5 therapeutic schemes, were born at term,
breastfed and started follow-up at more than one year of age. Their mothers were mainly
between 20 and 34 years old, the diagnosis was made after childbirth, they did not take
prophylactic measures, they had low education and almost 65% developed the most severe form
of the infection. These children and adolescents were mostly female, non-white, their families
earned up to the minimum wage and were covered by social benefit programs. In the end, the
maternal variables - schooling, age and time of diagnosis, remained in the final model as risk
factors for non-adherence. Respondents pointed out that caregivers' acceptance, reception at the
service, treatment incentive strategies and drug palatability are determining factors for
adherence. Caregivers identify the fear of discovery of the diagnosis by third parties, the lack
of a support network and stigma as important phenomena related to non-adherence. In addition,
they recognize the role of the service and the support of professionals as factors that help
adherence. It is perceived that aspects related to non-adherence have a strong influence on the
social vulnerability that affects children and their families, demonstrating that the National
Policy needs to be comprehensive, involving not only health care, but also the defense of a
dignified life.
Palavras-chave
HIVTransmissão vertical de doenças infecciosas
Adolescente
Criança
Terapia Antirretroviral de alta atividade
Palavras-chave em inglês
HIVVertical transmission of infectious diseases
Adolescent
Child
High-activity antiretroviral therapy
Palavras-chave em espanhol
VIHTransmisión vertical de enfermedades infecciosas
Adolescentes
Niños
Terapia antirretrovírica de alta actividad
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