Presidência Fiocruz - CEE - Trabalhos Apresentados em Eventoshttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/445902024-03-29T04:49:43Z2024-03-29T04:49:43ZAnálise estratégica do Programa Mais Médicos: uma avaliação de pertinênciaOliveira, Leda Zorayde deOliveira, Andreia Ferreira deCruz, Marly Marques daJatobá, Alessandrohttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/383432023-01-17T13:42:15Z2018-01-01T00:00:00ZAnálise estratégica do Programa Mais Médicos: uma avaliação de pertinência
Oliveira, Leda Zorayde de; Oliveira, Andreia Ferreira de; Cruz, Marly Marques da; Jatobá, Alessandro
Com problemas na Atenção Básica em Saúde (ABS), o Governo Federal implementou o Programa Mais Médicos (PMM), estruturado no provimento de médicos, reformas na educação e investimento nas unidades básicas. Este visa qualificação do atendimento e mudança do modelo de atenção. A avaliação de pertinência possibilita verificar relevância do problema, suficiência dos objetivos e se passíveis de alcance. Avaliar o grau de pertinência do PMM como estratégia para o fortalecimento da ABS no Brasil, considerando se os problemas selecionados para serem enfrentados pelo PMM são pertinentes e se os objetivos do PMM são adequados para melhorar a ABS. A avaliação teve como base a abordagem centrada em especialistas. Utilizou-se três painéis: idealizadores do Programa; especialistas em recursos humanos em saúde; e especialistas em ABS, planejamento e gestão em saúde. O estudo ancorou-se em metodologias quali-quantitativas, por meio de entrevistas e aplicação de instrumentos seguindo escalas de Likert para avaliação de problemas e causas dos problemas selecionados pelo PMM. Na escala, considerou-se como resposta: 0 - Nenhuma Pertinência; 1 - Pouco Pertinente; 2 – Pertinente; e 3 – Muito Pertinente. Foi aplicado questionário estruturado e utilizado o Modelo Fuzzy para análise dos resultados da pertinência dos objetivos estratégicos do PMM. Os problemas que PMM escolheu intervir são pertinentes, assim como sua capacidade de agir sobre estes. O PMM elegeu adequadamente as causas sobre as quais agir, considerando a contribuição dessas muito relevantes para manutenção do Déficit de provimento de médicos. Há causas que condicionam o problema, julgadas muito pertinentes por serem estruturantes e que não estão no PMM. Para a Deficiência do acesso e longo tempo de espera, das 21 causas relevantes para manutenção do problema, o PMM propõe agir sobre 57%. Ao julgarem a pertinência do PMM para Padrões tidos como necessários para melhorar a qualidade e estruturar ABS, os especialistas julgaram o PMM Não Pertinente em 55% e Pertinente em 22%. Mesmo que problemas selecionados pelo PMM sejam pertinentes na melhoria da qualidade da ABS, algumas causas não estão sendo objeto de ação do PMM, demonstrando que podem reduzir a pertinência da intervenção. Importante assim investir em ações que fortaleçam o trabalho em equipe; regular a formação; avançar no modelo de contratação de médicos; interagir com outras Secretarias do MS para superação de problemas na prática dos profissionais da ABS.
2018-01-01T00:00:00ZDimensão psicossocial em desastre: o conjunto habitacional Terra NovaOliveira, Simone SantosPortella, Sergio Luiz DiasOliveira, Thaís Candido dehttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/381222023-01-17T13:34:23Z2018-01-01T00:00:00ZDimensão psicossocial em desastre: o conjunto habitacional Terra Nova
Oliveira, Simone Santos; Portella, Sergio Luiz Dias; Oliveira, Thaís Candido de
O aumento das vulnerabilidades de determinados grupos populacionais, associado às tendências globais de maior frequência e intensidade de eventos extremos, é uma consequência. O foco na dimensão psicossocial e seus desdobramentos para a vida em comunidade ainda são pouco explorados pelas pesquisas sobre desastres. No desastre acontecido nas cidades serranas do norte fluminense tal situação ficou evidenciada. Conhecer a realidade dos moradores afetados pelo desastre da região serrana de 2011 e seus os processos de reconstrução, em especial a dimensão psicossocial, na perspectiva da promoção da saúde. A construção de conjuntos habitacionais é a solução encontrada, no país, para reparação aos afetados por desastres. Em Nova Friburgo o Conjunto Habitacional Terra Nova conta com 2.237 apartamentos. Esse estudo de caráter exploratório realizou de entrevistas e aplicação de questionário aos moradores. Foram aplicados 123 questionários no Condomínio VI. O questionário, elaborado em parceria com a Vigilância em Saúde da SMS-NF, continha 65 questões: a identificação; a vida profissional; a moradia; hábitos alimentares; saúde; lazer; religião; percepção dos desastres; e imunização. As questões abordadas neste trabalho tratam especialmente de suas relações com os fatores psicossociais. Um grande sentimento de abandono e impotência atravessa a rotina da comunidade. Os moradores relatam violência e discriminação da população da cidade. A grande concentração de pessoas oriundas de diferentes comunidades provoca imagem negativa gerando estigmatização e agressões verbais constrangimento por fazer parte do condomínio. Ao receberem as novas moradias expressaram que sentem falta dos familiares que residiam próximo, de infraestrutura como: supermercados e farmácias, transporte, escolas e creches próximas, além da liberdade, do convívio social, segurança, espaço, área de serviço, visto que muitos viviam em casas com quintais e espaço para criação de animais e plantações. Os resultados revelam a necessidade da superação de políticas verticalizadas. Aponta-se a importância da promoção de ações psicossociais a partir da compreensão das dinâmicas dos territórios, sua cultura e relações estabelecidas na comunidade. A participação social e o engajamento dos sujeitos nos processos decisórios para reconstrução da vida pessoal, familiar e social é fundamental.
2018-01-01T00:00:00ZSaúde, ambiente e redução de riscos e desastres: integração de políticas e agendasPortella, Sergio Luiz DiasOliveira, Simone Santoshttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/380752023-01-17T13:42:13Z2018-01-01T00:00:00ZSaúde, ambiente e redução de riscos e desastres: integração de políticas e agendas
Portella, Sergio Luiz Dias; Oliveira, Simone Santos
Em situações de desastres, questões de saúde, ambiente e modelo de desenvolvimento convergem e se sobrepõem a tal ponto que uma não pode ser explicada sem a outra. Partem sempre da precariedade das condições de vida das populações e comunidades que modulam seus enfrentamentos e capacidades de resposta e reabilitação. Especialmente aquelas expostas às consequências de neo-extrativismo e mudanças climáticas. Conhecer a realidade das comunidades que vivenciaram os desastres de 2011 na região serrana e de 2015 pelo rompimento da Barragem em Mariana, buscando refletir sobre como integrar as atuais agendas de saúde, ambiente e Redução de Riscos e Desastres. A partir dos desdobramentos dos desastres de 2011 e 2015, o trabalho de campo visou compreender a relação das políticas públicas com os grupos abandonados e resistentes específicos. As interações ocorreram através de diferentes técnicas: observação direta com apontamentos escritos, entrevistas semiestruturadas com atingidos e profissionais envolvidos, e registro imagético - fotografia e filmagem, ambos buscando situar o sujeito no contexto ao qual ele refere seu estado de abandono. Contou com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e assinatura do TCLE. Verificou-se que não foi somente chuva forte nas cidades serranas e não foi somente o rompimento da barragem da Samarco. Estes eventos detonadores deixaram em evidência as linhas abissais de históricas vulnerabilidades sociais, ambientais e institucionais daqueles territórios, expressões de uma vulnerabilidade maior: aquela resultante do modelo de desenvolvimento produção-consumo. Nesses casos, pode-se ver o encontro e o embate entre concepções dominantes de conhecimentos e ações de gestão-ciência que se autorreforçam em detrimento das comunidades – e configurações emergentes de coprodução de conhecimento das comunidades, acadêmicos e profissionais. A construção de um saber não assimétrico, onde gestão, ciência e população, tenham o mesmo peso determinante parece no momento uma utopia e para tentar escapar do inevitável domínio das ciências constituídas com relação aos outros saberes da experiência deve-se desenvolver mecanismos de valorização de redes horizontais, o máximo que se possa.
2018-01-01T00:00:00Z