Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública (PPGEPI)https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/446782024-03-29T12:37:02Z2024-03-29T12:37:02ZAnálise de determinantes sociais, clínicos e do sistema de saúde no não recebimento de cirurgia em câncer epitelial de ovário no BrasilSilva, Rodrigo Furtadohttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/628592024-03-01T01:25:18Z2023-01-01T00:00:00ZAnálise de determinantes sociais, clínicos e do sistema de saúde no não recebimento de cirurgia em câncer epitelial de ovário no Brasil
Silva, Rodrigo Furtado
Objetivos: Verificar se fatores sociodemográficos, clínicos e do sistema de saúde estão associados ao não-recebimento de cirurgia em câncer ovariano epitelial (CEO) em hospitais terciários no estado do Rio de Janeiro (RJ) e nas unidades federativas (UF´s) do Brasil. Métodos: Utilizou-se o Integrador do Registro de Câncer Hospitalar Integrado (IRHC) na extração de dados sociodemográficos, clínicos (estadiamento, tipo de tratamento) e do sistema de saúde (origem de encaminhamento e localização do hospital de tratamento) em mulheres com câncer ovariano (CID C56) de 2005 a 2015, além de variáveis individuais e de contexto de densidade médica, social e geográfico para avaliação de não-cirurgia no Brasil entre 2009 e 2018. Empregou-se modelos de regressão de Poisson no estado do RJ e o modelo multinível de Poisson para análise de pacientes das UF´s. Resultados: Incluiu-se 1182 mulheres na amostra do Rio de Janeiro (RJ), das quais 406 (34%) não receberam cirurgia. Na regressão múltipla, o maior risco de não receber cirurgia foi nos estádios II (RP 2,20; IC 95% 1,48-3,29), III (RP 2,44, IC 95% 1,81-3,30) e IV (RP 3,88; IC 95% 2,85-5,27) e em pacientes com diagnóstico anterior (RP = 1,70; IC 95% 1,41-2,06) ou com diagnóstico e tratamento prévios (RP = 2,86; IC 95% = 2,38-3,44). Observou-se uma maior prevalência de não-cirurgia em áreas fora da capital do Rio (RP = 1,22, IC 95% 1,02-1,47) No estudo das UF´s, incluíram-se 5160 pacientes. Por meio da análise multinível, a prevalência de não recebimento de cirurgia foi 21% maior em pacientes fora das capitais, e o efeito aleatório significativo indicou que a não realização de cirurgia foi diferente entre as UF´s. Conclusões: O estado do RJ e o Brasil tiveram alta prevalência de não recebimento de cirurgia para CEO em pacientes previamente diagnosticadas e/ou tratadas, sugerindo hesitação por parte da equipe médica na reavaliação cirúrgica conforme às diretrizes. Identificou-se também relação dose-dependente nos estádios mais avançados. Ao nível das UF´s, a ruralidade foi importante preditor de não recebimento de cirurgia, sinal de necessidade da expansão ou regionalização do cuidado ao CEO.
2023-01-01T00:00:00ZTendências temporais, distribuição espacial, fluxos migratórios e fatores associados à hanseníase em seis estados de uma área endêmica do Brasil, 2006-2017Santos, Luimar de Jesushttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/628582024-03-01T01:15:06Z2021-01-01T00:00:00ZTendências temporais, distribuição espacial, fluxos migratórios e fatores associados à hanseníase em seis estados de uma área endêmica do Brasil, 2006-2017
Santos, Luimar de Jesus
O Brasil permanece com taxas de detecção de hanseníase elevadas, especialmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. O objetivo dessa tese foi analisar as tendências temporais, distribuição espacial e fatores associados à hanseníase em seis estados de uma área endêmica do Brasil de 2006 a 2017. Trata-se de um estudo ecológico de seis estados endêmicos: Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco e Bahia da região Nordeste e Tocantins da região Norte. Os casos foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e os dados populacionais foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A tese está organizada em três artigos. O primeiro foi uma análise da tendência temporal da taxa de detecção anual global de hanseníase (todas as faixas etárias) e separadamente em <15 anos, por regressão segmentada de Poisson. O segundo utilizou indicadores para avaliar a autocorrelação espacial das taxas globais nas microrregiões nos triênios e estimar os efeitos locais das inequidades sociais e de migração interna nas taxas de 2010 por um modelo geograficamente ponderado de Poisson (GWPR). No terceiro artigo mapas de fluxo e índices de autocorrelação espacial foram utilizados para investigar padrões no fluxo quanto ao deslocamento de pessoas entre município de residência e notificação de casos novos de hanseníase. No primeiro artigo, observou-se que a maioria dos casos teve diagnóstico tardio e que 8,7% dos casos tinham < 15 anos. Apesar da tendência temporal decrescente nas taxas globais e em <15 anos na área de estudo, apenas dois estados apresentaram tendência de queda nos últimos anos e apenas um em <15 anos. O segundo artigo apontou áreas hiperendêmicas nos seis estados, com aglomerados de taxas elevadas de grande extensão territorial. O modelo GWPR mostrou diferentes efeitos locais das variáveis, com efeitos médios positivos das variáveis socioeconômicas e de migração interna e, efeito médio negativo da variável visita médica domiciliar. O terceiro artigo mostrou que 6,1% dos casos foram diagnosticados fora do município de residência e essa mobilidade em busca de diagnóstico ocorreu em grande parte dentro dos estados, especialmente em direção às capitais, com fluxo de médias a grandes distâncias em todos os estados. Esse estudo aponta áreas em que é necessário promover o acesso universal ao diagnóstico precoce, com estratégias locais de capacitação dos profissionais e fortalecimento da vigilância epidemiológica. Adicionalmente, reforça como o compromisso político para o desenvolvimento social e redução das inequidades sociais e em saúde poderia propiciar a redução da detecção da hanseníase no Brasil.
2021-01-01T00:00:00ZAssociação entre padrões alimentares e a relação sódio e potássio da dieta em gestantes de duas cidades brasileiras atendidas na rede primária de atenção à saúde 2018-2021Rodrigues, Thaynara da Silvahttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/628482024-02-29T23:07:30Z2023-01-01T00:00:00ZAssociação entre padrões alimentares e a relação sódio e potássio da dieta em gestantes de duas cidades brasileiras atendidas na rede primária de atenção à saúde 2018-2021
Rodrigues, Thaynara da Silva
O consumo excessivo de sódio e insuficiente de potássio, quando relacionados entre si, pode ocasionar um risco aumentado para doenças cardiovasculares, e, entender os aspectos da dieta que envolvem esses nutrientes, por meio da análise de padrão alimentar, pode ser uma ferramenta essencial na prevenção desses desfechos em gestantes. Este estudo teve como objetivo estimar a associação entre padrões alimentares e a razão sódio e potássio da dieta em gestantes atendidas na rede primária de atenção à saúde nos municípios de Macaé (Rio de Janeiro) e Pinhais (Paraná). Trata-se de um estudo transversal, realizado a partir de um recorte de um estudo multicêntrico, que buscou avaliar a deficiência de iodo, sódio e potássio no público materno-infantil nas cinco macrorregiões do Brasil. Este estudo, portanto, utilizou dados das cidades de Macaé (RJ) e Pinhais (PR). Participaram do estudo um total de 490 gestantes atendidas na rede primária de atenção à saúde desses municípios. Dados sociodemográficos das participantes foram coletados a partir de um questionário semiestruturado, enquanto os dados de saúde e alimentação foram coletados por meio de autorrelatos e cartão de saúde da gestante e um recordatório de 24 horas, respectivamente. A análise dos padrões alimentares se deu por análise fatorial exploratória e a razão sódio e potássio foi estimada a partir da dieta das gestantes. Um modelo de regressão logística foi desenvolvido para testar a associação entre potenciais variáveis de confusão (vaiáveis sociodemográficas, de saúde e estilo de vida) e a razão sódio e potássio; e um outro modelo de regressão logística testou a associação entre os padrões alimentares e a variável desfecho. A média de idade das participantes do estudo foi de 27 anos (DP = 6,1), e mais da metade delas possuíam ensino médio (60,5%) Não foi observada associação entre a razão sódio e potássio e as características sociodemográficas e de saúde estudadas (p>0,05), com exceção da ingestão de energia, no qual as gestantes com razão sódio e potássio maior que 1 (61%) apresentaram ingestão energética total maior que aquelas com a razão menor ou igual a 1 (39%) (p<0,05). Dessa forma, somente a ingestão energética foi considerada nos modelos múltiplos. Os resultados dos modelos de regressão logística bivariados e dos modelos múltiplos ajustados para o consumo de energia total mostraram associações positivas entre os padrões “café da manhã” (leites e derivados, gorduras e óleos e pães) e “lanches” (carnes processadas, sal, molhos e temperos industrializados e lanches salgados) e associações negativas entre os padrões alimentares “prudente” (carnes de aves e seus produtos, sucos de fruta e/ou vegetais naturais) e “in natura” (vegetais e seus produtos, frutas, cafés e chás, raízes e tubérculos) e a razão sódio e potássio da dieta acima de 1. Considerando os modelos ajustados pela ingestão energética, as gestantes que aderiram ao padrão “café da manhã” e “lanches”, tiveram 62% (OR 1,62; IC95% 1,30-2,02) e 152% (OR 2,52; IC95% 1,83-3,47) mais chances de apresentarem a razão sódio e potássio dietético maior que 1, respectivamente. Enquanto que as mulheres que aderiram aos demais padrões, “prudente” e “in natura”, tiveram menor chance de apresentarem uma razão sódio e potássio maior que 1 (OR 0,64; IC95% 0,52-0,79 e OR 0,45; IC95% 0,35-0,58, respectivamente) Apenas o padrão “tradicional brasileiro” não apresentou associação estatisticamente significativa com a razão sódio e potássio da dieta tanto no modelo bruto quanto no modelo ajustado pela ingestão energética total. Dos 5 padrões alimentares identificados neste estudo, os padrões “café da manhã” e “lanches” mostraram associações positivas e estatisticamente significativas com a razão sódio e potássio da dieta acima de 1, enquanto os padrões “prudente” e “in natura” mostraram associações negativas e estatisticamente significativas com a razão sódio e potássio da dieta acima de 1.
2023-01-01T00:00:00ZAnálise da desigualdade relacionada à renda no acesso à mamografia, entre as mulheres de 50 a 69 anos, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2003 e 2008)Moreira, Rodrigo da Silvahttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/628472024-02-29T23:00:29Z2013-01-01T00:00:00ZAnálise da desigualdade relacionada à renda no acesso à mamografia, entre as mulheres de 50 a 69 anos, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2003 e 2008)
Moreira, Rodrigo da Silva
Introdução: No Brasil o câncer de mama é o terceiro tipo de câncer mais frequente e entre as mulheres é a neoplasia com maior número de óbitos. Um estudo produzido pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2002, indica uma tendência de crescimento para as taxas de óbito por esta doença, que se difere do comportamento observado em países desenvolvidos, o que pode ser atribuído a um retardamento no diagnóstico, aumentando o estadiamento do câncer e na instituição de terapêutica adequada. Visando a redução de mortalidade por câncer de mama, no Brasil adotou-se um programa de rastreamento que inclui mulheres de 50 a 69 anos. Portanto, faz-se importante a utilização de métodos que tornem possíveis o monitoramento do nível de dificuldade de acesso ao exame e os fatores que o causam. Objetivos: Analisar o nível de desigualdade associada à renda na realização da mamografia em mulheres de 50 a 69 anos em 2003 e 2008, em três níveis de abrangências geográficas: Brasil, regiões e unidades federativas. Métodos: A partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2003 e 2008, foram utilizadas as informações das mulheres de 50 a 69 anos como realização do exame de mamografia nos dois últimos anos e informações socioeconômicas para que então se pudesse calcular o nível de desigualdade associada à renda e sua decomposição. Resultados: Para o Brasil, observa-se uma redução no índice concentração para o exame de mamografia. Em todos os fatores analisados, com excessão da idade, se observaram desigualdade a favor das mulheres mais ricas. Dentre as regiões, constata-se que os maiores índices estão no norte e nordeste. Os resultados mostram a possibilidade de construção de faixas que representam os diferentes níveis de desigualdade e estas são: a baixa, que contém Sâo Paulo; a média, composta, em sua maioria, por estados da região sudeste, sul e centro oeste; e a alta, composta, em sua maioria, por estados da região norte e nordeste. Conclusão: No período de 2003 a 2008 verifica-se a manutenção da desigualdade a favor das mulheres mais ricas. Entretanto, o comportamento do índice é de queda. A decomposição do índice mostra que os fatores de maior peso são anos de estudo, renda domiciliar per capita e cobertura por plano privado de saúde e que não houve redução significativa de desigualdade nas variáveis renda domiciliar per capita e região de residência.
2013-01-01T00:00:00Z