Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/10750
O CUIDADO EM SAÚDE NA VELHICE: A VISÃO DO HOMEM
Coelho, Juliana Sousa | Date Issued:
2015
Author
Advisor
Co-advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Abstract in Portuguese
A cultura condiciona as representações de velhice e de gênero com reflexos nas
percepções sobre a saúde, a doença e o cuidado. A interface entre esses fenômenos é objeto deste estudo, fundamentado na perspectiva da antropologia médica, que pretende investigar como os homens idosos da comunidade expressam e percebem a relação entre saúde, doença, masculinidade e envelhecimento, e como esses construtos se relacionam com os subsistemas de cuidado informal e profissional.
Foram entrevistados 27 homens com 60 anos ou mais, residentes em Bambuí/MG,
assistidos pela Estratégia Saúde da Família, acerca de suas atividades cotidianas, sua saúde e suas formas de cuidado. O modelo de signos, significados e ações, utilizado na coleta e análise dos dados, permitiu reconhecer as maneiras típicas de pensar e agir de homens idosos
em relação ao processo saúde-doença-cuidado, bem como suas interações e contradições junto aos setores profissional e informal do sistema de cuidado em saúde.
A produção material e simbólica dos entrevistados demonstra a identidade masculina ligada ao conceito de saúde, o qual vincula-se às relações sociais, que fundamentam o cuidado informal à saúde. Contrapondo-se a essa percepção está a visão do envelhecimento inexoravelmente relacionado à doença, onde se ancora o sistema profissional de cuidado.
Assim, homens idosos restringem a procura por cuidados em saúde em parte pela própria construção sociocultural da masculinidade que renega a fragilidade, mas também porque as ações e os profissionais de saúde desconsideram as especificidades de gênero e o valor dado
pelos homens idosos à independência funcional.
Abstract
Culture determines representations of old age and gender which have influence in the
perceptions about health, illness and care. The interface between these phenomena is the object of this study, based on the perspective of medical anthropology, which aims to investigate how the elderly men from community express and perceive the relationship between health, disease, aging and masculinity, and how these social constructs relate to
subsystems informal and professional care.
27 men aged 60 or older, living in Bambuí/MG, assisted by the Family Health
Strategy, were interviewed about their daily activities, their health and their forms of healthcare. The model of signs, meanings and actions, used in the collection and analysis of data, allowed to recognize the typical ways of thinking and acting of older men in relation to
the health-illness-care process as well as their interactions and contradictions regarding to the professional and informal sectors of healthcare system.
The material and symbolic production of the respondents shows that in general the
male identity is linked to the concept of health, which is tied to the social relations that underlie the informal healthcare. Opposed to this perception is the aging view inexorably related to sickness, where it anchors the professional care system. Thus, elderly men restrict their demand for healthcare in part because their own socio-cultural construction of masculinity denies the frailty, but also this is due to the health actions and health professionals
ignore the specifics of gender and the value of the functional independence to the elderly men.
Share