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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14455
Tipo de documento
TeseDireito Autoral
Acesso aberto
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
05 Igualdade de gênero08 Trabalho decente e crescimento econômico
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RELAÇÕES ENTRE O ESTRESSE PSICOSSOCIAL NO TRABALHO SEGUNDO O MODELO DEMANDA-CONTROLE E A PRESSÃO ARTERIAL MONITORADA: O PAPEL DO TRABALHO DOMÉSTICO
Serviços Domésticos
Pressão Arterial
Monitoramento de Pacientes Externos
Profissionais de Enfermagem
Auxiliares de Enfermagem
Mulheres no Mercado de Trabalho
Homemaker Services
Arterial Pressure
Monitoring, Ambulatory
Nurses
Nurses' Aides
Women, Working
Serviços Domésticos
Pressão Arterial
Monitorização Ambulatorial/utilizaçäo
Enfermeiras
Auxiliares de Enfermagem
Trabalho Feminino
Portela, Luciana Fernandes | Data do documento:
2012
Título alternativo
Relations between psychosocial stress at work according to the demand-control model and blood pressure monitored: the role of domestic workAutor(es)
Orientador
Coorientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre o estresse psicossocial no
trabalho, avaliado segundo o modelo demanda-controle e a pressão arterial monitorada
ao longo das 24 horas em trabalhadoras da enfermagem.
A coleta de dados foi realizada em 2008 e 2009, em um hospital geral de grande
porte na cidade do Rio de Janeiro. Foram consideradas elegíveis todas as mulheres que
prestavam assistência aos pacientes durante o dia e incluiu enfermeiras, técnicas e
auxiliares de enfermagem. Todas as participantes aceitaram participar voluntariamente
da entrevista e do monitoramento da pressão arterial. O estudo incluiu 175 trabalhadoras
selecionadas a partir de amostragem por conveniência. A coleta de dados foi realizada
por um membro treinado da equipe de pesquisa, responsável pelo monitoramento da
pressão arterial e preenchimento do questionário. Foram utilizados monitores
ambulatoriais da pressão arterial da marca SpaceLabs Medical (modelo 90207,
SpaceLabs Medical, Inc., Redmond, WA), programados para aferir a pressão arterial a
cada meia hora a partir do início de um dia de trabalho. As participantes foram
instruídas a registrar no diário de atividades, ao final da aferição, a hora e sua
localização (trabalho, casa, sono). A partir destes dados, foram calculadas as médias da
pressão arterial correspondentes a três situações: no trabalho, em casa e durante o sono,
descartando-se dados referentes a menos de cinco leituras.
As informações referentes aos dados sócio-demográficos, ao trabalho
profissional e doméstico e ao estresse psicossocial foram obtidas através de entrevistas
baseadas em questionários. O estresse no trabalho foi avaliado segundo a formulação
dos quadrantes, que define os seguintes grupos: alta exigência (alta demanda
psicológica e baixo controle), considerado como o grupo de maior risco, trabalho ativo
(alta demanda psicológica e alto controle), baixa exigência (baixa demanda psicológica
e alto controle) e trabalho passivo (baixa demanda psicológica e baixo controle). A
sobrecarga doméstica considera o número de moradores (excluindo o profissional
estudado) e o grau de responsabilidade em relação às tarefas domésticas (limpar a casa,
cozinhar, lavar e passar roupa). Quanto maior o grau de responsabilidade e/ou o número
de beneficiados, maior a sobrecarga doméstica.
As trabalhadoras tinham idade entre 21 e 68 anos (média: 46,1 anos; DP ±11,9
anos). A maioria era casada ou vivia em união estável (53,7%) e 16,7% tinham filhos
menores de 14 anos; 59,2% se identificavam como pardos ou pretos; 29,1%
enfermeiras, 33,2% técnicas e 37,7% eram auxiliares. O tempo médio de trabalho na
área era de 20 anos (DP±10,8) e a média semanal de horas dedicadas ao trabalho
profissional foi 25,7 horas (DP= ±12,9). Já a média semanal de horas dedicadas ao
trabalho doméstico foi 20 horas (DP ± 15,4). Apenas 23,4% relatou praticar atividade
física pelo menos uma vez por semana, 32% eram fumantes ou ex-fumantes e 63,4%
estava com sobrepeso ou eram obesas.
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Não foram encontradas associações significativas entre a alta exigência no
trabalho (combinação de alta demanda e baixo controle) e alterações na pressão arterial.
Contudo, a análise estratificada segundo a sobrecarga doméstica revelou valores da
pressão arterial sistólica e diastólica em casa mais altos para as mulheres com alta
sobrecarga doméstica. Não foram encontradas associações significativas entre o estresse
no trabalho e a pressão arterial nos demais períodos do dia, tampouco no grupo com
baixa sobrecarga doméstica. Os resultados sugerem a existência de interação da
sobrecarga doméstica nas relações entre as variáveis de exposição e desfecho.
Em relação às dimensões do modelo, não foram observadas associações
significativas entre a demanda psicológica no trabalho e a pressão arterial. Já em relação
ao controle, as mulheres com maior controle sobre o trabalho tendem a apresentar maior
pressão sistólica no trabalho e maior pressão arterial diastólica no trabalho e nas 24
horas de monitoramento. Os maiores valores pressóricos entre os indivíduos com maior
controle contradiz o esperado segundo o modelo teórico. É possível que os itens que
avaliam o controle no trabalho não tenham considerado características importantes do
trabalho em hospitais, entre as quais, as relações de hierarquia.
Em que pese algumas limitações em termos do desenho e do tamanho da
amostra, o objetivo principal deste estudo foi alcançado. Os resultados estimulam a
investigação do trabalho doméstico em estudos no campo da saúde do trabalhador com
amostras femininas. É possível que a participação do trabalho doméstico explique, em
parte, a maior inconsistência nos resultados de estudos desta natureza com amostras
femininas, quando comparados a estudos com amostras masculinas.
Resumo em Inglês
This study was conducted in nursing workers and aimed to assess the
relationship between psychosocial stress at work, evaluated according to the demandcontrol
model, and ambulatory blood pressure, monitoring during 24h.
Data collection took place from 2008 to 2009 at a Brazilian general hospital in
Rio de Janeiro city (State of Rio de Janeiro). Eligible participants were those directly
providing patient care such as nurses, nursing assistants and nurses’ aides. All
participants were day workers which volunteered both to complete a self-administered
questionnaire and to wear the blood pressure monitor. The studied sample included 175
workers selected from convenience sampling. A trained member from the research team
was responsible for the monitoring and interviews. During 24 hours, participants wore a
SpaceLabs Medical ambulatory BP monitor (Model 90207, SpaceLabs Medical, Inc.,
Redmond, WA). The monitors were programmed to measure the arterial BP every half
hour since the beginning of a regular working day. Participants were asked to register in
a diary the time and their location (i.e., work, home, sleep). The diary information was
used to calculate average AmBPs for each location category: at work, at home and
sleeping. When less than five readings were obtained for any of those categories, the
corresponding average was treated as missing data.
Information regarding socio-demographic data, professional work, housework
and psychosocial stress were obtained through interviews based on questionnaires.
Work psychosocial stress was assessed according to the quadrant form that defines the
following groups: high strain (high demands and low control), active job (high
demands and high control), low strain (low demands and high control) and passive job
(low demands and low control). To calculate the domestic overload we considered the
number of potential domestic work beneficiaries and the sharing degree for cleaning,
cooking, washing, and ironing The higher the degree of responsibility and/or the
number of beneficiaries, the higher is the domestic workload.
Mean age for the whole group was 46.1 years-old (standard deviation ± 11.9
years-old), ranging from 21 to 68 years-old. Most workers live with a partner (53.7%),
16.7% have children younger than 14 years-old; 59.2% of subjects identified themselves
as mixed skin color background or black; 29.1% were registered nurses, 33.2% were
nursing assistants’ and 37.7% were nurses’ aides. Job tenure in the nursing profession
was, on average, 20.0 years (SD=±10.8) and average professional work hours was 25.7
hours/ week (SD= ±12.9). Mean value for domestic work hours was 20.0 hours per
week (SD ± 15.4). Only 23.4% reported to practice some physical activity, 32% were
smokers and 63.4% were over weighted or obese.
No significant association between high strain and increased blood pressure was
detected. We observed evidences for an interaction between job strain and domestic
overload, thus stratified analyses were performed for workers with high and low
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domestic overload. Both systolic and diastolic blood pressures measured at home were
higher in subjects exposed to both high strain and high domestic overload. There were
no significant associations between job stress and blood pressure in the group with low
domestic overload. Thus, the presented results allowed us to hypothesize the existence
of an interaction among the domestic workload, outcome variables and exposure.
Regarding the dimensions of the demand-control model, there were no
significant associations between higher psychological demands at work and blood
pressure. In relation to the control, women with higher control over work showed higher
systolic blood pressure at work and higher diastolic blood pressure both at work and
during the 24 hours of monitoring. The highest blood pressure values were detected in
ere detected with higher control, contradicting the theoretical model. It is possible that
the job control items did not consider important hospitals’ work characteristics such as
hierarchical relationships.
Despite some limitations, our main objective was achieved. The results
stimulated the domestic work research with female samples within the occupational
health field of study. Domestic work could explain, in part, the poor consistency of
results obtained from studies with female samples when compared to studies with male
samples.
Palavras-chave
Estresse EmocionalServiços Domésticos
Pressão Arterial
Monitoramento de Pacientes Externos
Profissionais de Enfermagem
Auxiliares de Enfermagem
Mulheres no Mercado de Trabalho
Palavras-chave em inglês
Stress, PsychologicalHomemaker Services
Arterial Pressure
Monitoring, Ambulatory
Nurses
Nurses' Aides
Women, Working
DeCS
Estresse PsicológicoServiços Domésticos
Pressão Arterial
Monitorização Ambulatorial/utilizaçäo
Enfermeiras
Auxiliares de Enfermagem
Trabalho Feminino
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