Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16171
PERCEPÇÕES DE PSICÓLOGOS SOBRE A ASSISTÊNCIA AOS HOMENS COM CÂNCER
Author
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Abstract in Portuguese
Apesar do crescente investimento em políticas públicas que visem a prevenção, detecção precoce, tratamento e controle do câncer, esta enfermidade ainda configura-se como um importante problema de saúde coletiva. Estudos apontam para o aumento da incidência e letalidade do câncer entre o público masculino, revelando uma maior vulnerabilidade dos homens a esta enfermidade (GLOBOCAN, 2008). O processo de socialização e construção da identidade masculina vem sendo apontado como um importante elemento para compreensão desta realidade. Somam-se ainda as dificuldades recorrentes da organização e rotina dos serviços de saúde, marcadas por ações que priorizam o público maternoinfantil,
abrindo pouco espaço para expressão e reflexão de questões referentes às masculinidades e, reforçando o sentimento de não-pertencimento dos homens a estes espaços (FIGUEIREDO, 2005). Ao analisar a produção bibliográfica, no que se refere à atenção oncológica, percebe-se uma ênfase destes estudos ao cuidado da mulher, em detrimento de estudos que tragam em sua centralidade a figura do homem com câncer. Na perspectiva pesquisa descritiva e exploratória (Piovesan & Temporini, 1995) e, ancorado nos referenciais de Gênero em Saúde (SCOTT, 1995; GOMES, 2008) este estudo teve como objetivo identificar as percepções de psicólogos sobre a assistência ao público masculino no contexto da oncologia. Foi construído um questionário estruturado, composto de 41 questões, alicerçado no perfil dos entrevistados; formação e atuação profissional; práticas desenvolvidas e, concepções acerca da atenção na perspectiva de gênero. Os questionários foram aplicados durante o XI Congresso Brasileiro de Psico-Oncologia e IV Encontro Internacional de Cuidados Paliativos, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, em 2010. Participaram do estudo 113 psicólogos, em sua maioria mulheres (91,1%) que atuam em todas as regiões do país. Enquanto 32% alegaram realizar atividades específicas para as mulheres, apenas 8% afirmaram realizar algum tipo de ação voltada para o público masculino. Os entrevistados
apresentaram como justificativa a falta de tempo (28%); carência de profissionais (28%), ausência de espaço físico apropriado (27%) e a necessidade de capacitação (24%). Chama a atenção o fato de que 55% dos entrevistados alegaram não perceber a necessidade de atendimento e/ou demandas específicas do público masculino. Os psicólogos apontaram para singularidades no atendimento dos homens (49%) marcadas por dificuldades na construção de vínculo, maior resistência e menor adesão às atividades ofertadas. Nesse sentido 69% alegaram que os homens não aderem ou aderem com dificuldades às atividades dos serviços de Psicologia e, da mesma forma, 64% apresentam dificuldades de adesão ao tratamento oncológico. Dos entrevistados, 13% afirmaram não se sentir preparados para trabalhar com o público masculino e 61% apontaram para a necessidade de capacitação específica para subsidiar os trabalhos com os homens. Os dados apontam para a incipiência de ações voltadas para o público masculino nos serviços de oncologia, revelando a necessidade da inclusão da temática de gênero, sobretudo das masculinidades, nestes espaços. A construção de espaços reflexivos nos serviços de saúde poderá favorecer o desenvolvimento de ações voltadas para os homens com câncer, na perspectiva da equidade e integralidade em saúde, em conformidade com os princípios do SUS. Financiado pela FAPEMIG.
Share