Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2598
IMUNOGENICIDADE E REATOGENICIDADE DAS VACINAS CONTRA FEBRE AMARELA: IMPLICAÇÕES PARA O PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES
Criança
Programas de Imunização
Vacina contra Febre Amarela
Imunogenicidade da Vacina
Fernandes, Guilherme Côrtes | Date Issued:
2010
Alternative title
Immunogenicity and reactogenicity of vaccines against yellow fever: implications for the National Immunization ProgramAuthor
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A efetividade das vacinas contra febre amarela tem sido aferida indiretamente
pelo sucesso das ações de vacinação em muitos países. Em que pese o sucesso das ações de
vacinação no controle da doença, há questões pendentes sobre a imunogenicidade e
reatogenicidade das vacinas disponíveis que precisam ser avaliadas para definição de
estratégias das ações básicas de imunização na infância. Em um estudo observacional com
a vacina 17DD, foi demonstrada menor imunogenicidade vacinal em crianças,
principalmente com a aplicação simultânea da vacina contra sarampo (Grupo Colaborativo,
2003). No atual calendário básico de imunizações há a possibilidade da aplicação
simultânea das vacinas contra febre amarela e da vacina tríplice viral. Um ensaio clínico
multicêntrico, randomizado, duplo-cego, foi realizado para investigar a imunogenicidade e
a reatogenicidade das vacinas contra febre amarela (17D213/77 e 17DD) em crianças
(Collaborative Group for Studies with Yellow Fever Vaccine, 2007) e definir os possíveis
determinantes. A relevância deste estudo está na capacidade de obter dados para responder
questões relativas às estratégias do Programa Nacional de Imunizações necessárias para a
definição das políticas públicas para controle e prevenção da doenças. A proporção de
soroconversão e soropositividade pós-vacinal contra febre amarela em crianças aos 9 e 12
meses de idade foi menor do que a observada previamente em ensaio clínico em adultos.
Não houve diferença na imunogenicidade ou reatogenicidade das subcepas de vacinas
contra febre amarela testadas (17D e 17DD). A situação sorológica das mães não foi um
fator determinante de menor soroconversão em crianças menores de 12 meses de idade,
porém a presença de anticorpos pré-vacinais contra febre amarela em crianças menores de
12 meses está associada a menor soroconversão. A vacinação simultânea contra febre
amarela e tríplice viral afeta substancialmente a resposta imunológica para rubéola e febre
amarela, mas não a vacina contra sarampo, o que pode influenciar de forma relevante as
estratégias para controle da febre amarela e rubéola. A presença de anticorpos contra
dengue, independentemente de seu título, não interfere na imunogenicidade ou no padrão
de reatogenicidade das vacinas contra febre amarela aplicadas em crianças residentes em
áreas endêmicas. A proporção estimada de soronegatividade após duas doses de vacina
contra febre amarela em crianças menores de 2 anos de idade foi de apenas 1,25%. A
ocorrência de casos esporádicos e surtos não permite que a idade recomendada para a
primovacinação seja deslocada para idades em que a vacina mostrou maior
imunogenicidade. Uma alternativa seria alterar o esquema primário de vacinação contra
febre amarela para duas doses: mantendo a primeira dose aos 9 meses e aplicando uma
segunda dose após 12 meses de vida. A aplicação da segunda dose aos 18 meses de idade
seria conveniente para não coincidir com outras vacinas do calendário de imunizações. A
primeira dose aos 9 meses seria mantida para proteger indivíduos de zonas endêmicas, o
mais cedo possível. A segunda dose permitiria (1) imunizar um número adicional de
crianças que não tinham respondido à primovacinação (falha primária), (2) reforçar
respostas à primovacinação, e (3) ampliar as oportunidades de vacinar aqueles que não
haviam recebido a primovacinação aos 9 meses.
Abstract
The effectivenessx of yellow fever vaccines has been indirectly assessed by the
success of vaccination in many countries. Despite the success of vaccination efforts to
control the disease, there are still pending issues about immunogenicity and reactogenicity
of available vaccines that need to be addressed in order to define the strategies for basic
efforts for immunization in children. In an observational study with the 17DD vaccine,
lower immunogenicity was observed in children, especially with simultaneous application
of measles vaccine (Grupo Colaborativo, 2003). In the current basic immunization
calendar, simultaneous vaccination against yellow fever and MMR is a possibility. A
multicenter, randomized, double-blind study was conducted to investigate the
immunogenicity and reactogenicity of yellow fever vaccines (17D213/77 and 17DD) in
children (Collaborative Group for Studies with Yellow Fever Vaccine, 2007) and define
possible determinant reasons. The relevance of this study lies in its ability to obtain data to
answer questions related to the National Immunization Program strategies needed to define
public policies to control the disease. The proportion of post-vaccination seroconversion
and seropositivity against yellow fever in children 9 and 12 months old was lower than
previously observed in a clinical trial with adults. There was no difference in
immunogenicity or reactogenicity between the yellow fever vaccine substrains that were
tested (17D and 17DD). Mothers' serostatus was not a determining factor for lower
seroconversion in children under 12 months of age, but the presence of pre-vaccination
antibodies against yellow fever in children under 12 months is associated with lower
seroconversion. Simultaneous vaccination against yellow fever and MMR substantially
affects the immune response to rubella and yellow fever, but not to measles vaccination,
which can have a relevant influence on the strategies to control yellow fever and rubella.
The presence of dengue antibodies, regardless of titration, does not interfere in
immunogenicity or reactogenicity pattern of yellow fever vaccines applied in children
living in endemic areas. The estimated proportion of seronegativity after 2 doses of yellow
fever vaccination in children under 2 years of age was of only 1.25%. The occurence of
sporadic cases and outbreaks makes it impossible to raise the recommended age for first
vaccination to ages when the vaccines has demonstrated higher immunogenicity. An
alternative would be to alter the primary vaccination regimen against yellow fever to 2
doses: one at 9 months and another after the first year of life. The application of a second
dose at 18 months of age would be convenient since it would not be applied with other
vaccines in the current calendar. The first dose at 9 months would be kept to protect
individuals in endemic areas at the earliest possible moment, while the second dose would
(1) allow immunization of an additional number of children that did not respond to the first
vaccine (primary failure), (2) strengthen responses to the first vaccine, and (3) widen the
opportunities to vaccinate individuals who did not receive the first dose at 9 months.
DeCS
Febre AmarelaCriança
Programas de Imunização
Vacina contra Febre Amarela
Imunogenicidade da Vacina
Share