Acidentes de transporte terrestre: perfil e tendências dos óbitos no estado de Pernambuco, no período de 1998 a 2007

Abstract

As causas externas estão entre as principais causas básicas do óbito de grande parte das mortes em, praticamente, todos os países do mundo. Dentre as causas externas, os acidentes de transporte terrestre (ATT) são responsáveis por 12 por cento do total de mortes no planeta. Em 2004 o Brasil ocupou o quinto lugar no ranking mundial das taxas de mortalidade por ATT. Este estudo objetiva analisar a tendência e o perfil epidemiológico dos óbitos ocasionados por ATT e a taxa de motorização em Pernambuco, entre 1° de janeiro de 1998 e 31 de dezembro de 2007. Realizou-se estudo descritivo e de tendência, com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, no que se refere aos óbitos e dados sobre a frota de veículos fornecidos pelo DETRAN-PE. Houve 14.594 óbitos por ATT no período estudado - média de 18,01 óbitos por 100 mil habitantes. Destacam-se: concentração dos eventos na população masculina, com 01 a 07 anos de estudo e faixa etária de 20 a 39 anos. Para a variável qualidade da vítima, os maiores coeficientes de mortalidade foram de pedestres, ocupantes de automóveis e motociclistas; e para tipos de acidente, as colisões obtiveram os maiores coeficientes. A análise de tendência entre 1998 e 2007 revelou que Pernambuco apresentou crescimento significativo dos coeficientes de mortalidade para as categorias motociclista e colisão, e diminuição destes para pedestre e outros tipos de acidentes. Houve crescimento nas taxas de motorização, entre 1998 e 2007 que passaram de 1,18 (motocicletas) e 10,08 (veículos totais) por 100 habitantes para 4,09 e 15,87, respectivamente. Considerando a magnitude e a relevância da análise dos ATT em Pernambuco, especialmente em nível local, para divulgação das informações entre gestores e profissionais de saúde, visando apoiar políticas e prevenção e redução desses eventos