Citation | SOUTTO MAYOR, Ana Lucia de Almeida. História da ciência e iniciação científica: notas acerca das relações entre ciência e arte em processos formativos no ensino médio. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DAS CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA, 15., 2016, Florianópolis, SC. Anais [...]. Florianópolis: UFSC, 2016. p. 1-17. | pt_BR |
Abstract in Portuguese | A História da Ciência e a História da Arte podem ser pensadas como campos epistemológicos nos quais a inquietação, a reflexão, a imaginação e a operação do ser humano sobre o mundo à sua volta se consolidaram como vetores de permanente reconstrução do conhecimento. Todavia, ainda que ambos os campos, recorrentemente, acusem experiências de superposição e imbricamento entre ciência e arte, ainda hoje é um desafio ousar pensar e propor caminhos que façam desse encontro um princípio filosófico- pedagógico capaz de sustentar e promover processos formativos, nos espaços de educação formal e não formal.
A Arte – compreendida como esse modo particular de agenciar o sensível, o cognitivo e o simbólico – provoca o sujeito no sentido de uma constante interpelação da realidade, uma maneira outra de instaurar o estranhamento e desestabilizar percepções acerca do mundo. Como indaga Barbosa (2000), “a obra de arte poderá, então, ser entendida (ou concebida) como expressão de um deciframento ou um pensamento que registra o movimento do mundo porque interpreta e anuncia a vida? A obra de arte pode ensinar a ciência a conhecer ou, pelo menos, a aprimorar as suas interrogações a respeito do sentido do mundo real? A arte pode iluminar aquilo que a ciência deixou de interrogar ou já considerou definitivamente respondido?”
Indagação, pesquisa, investigação, sistematização e difusão constituem, sem dúvida, etapas fundantes do processo de construção do conhecimento. Nesse sentido, pensar a história da ciência – e, como estamos aqui propondo, pensar suas interfaces com a arte –é pensar modos de olhar e de interrogar o mundo. Em outras palavras, poderíamos afirmar que a ciência constroi sua história por meio de sucessivas perplexidades e alumbramentos diante do universo, movida pela curiosidade inerente ao homem. Em particular, pode-se compreender a “iniciação científica” – ou, de maneira mais ampla, uma “educação científica” - como um esforço formativo que articula pesquisa e ensino, ao qual se pretende atribuir a prerrogativa de provocar questionamentos e hipóteses e a busca de respostas e conclusões acerca dos mais diversos problemas.
Desse modo, o objetivo central deste trabalho é refletir acerca da premissa da pesquisa como princípio educativo, em contextos de iniciação científica, investigando de que maneira as linguagens artísticas e as experiências estéticas participam de processos formativos no Ensino Médio. Pretende-se, por fim, compreender algumas articulações entre Ciência, Arte e Filosofia, problematizando a imagem como expressão do pensamento. | pt_BR |