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"PARTO IDEAL": A CONSTRUÇÃO DE UMA ROTEIRIZAÇāO DA ASSISTÊNCIA AO PARTO HOSPITALAR NO BRASIL EM MEADOS DO SÉCULO XX
Processo de medicalização
Rotina
Parto hospitalar
Figura do médico
Assistência ao parto
Autor(es)
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Universidade Estácio de Sá. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Universidade Estácio de Sá. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
No Brasil, as práticas de parto e nascimento passaram por profundas transformações e intenso processo de medicalização, sobretudo em meados do século XX. Assim, os partos que até aquele momento aconteciam, em sua maioria, nos domicílios com assistência de parteiras, passaram cada vez mais a ocorrer nos hospitais, assistidos por médicos obstetras, com intervenções, práticas e rotinas próprias. Analisar o debate de obstetras em torno do processo de construção de uma rotina “ideal” para o parto hospitalar, e analisar os argumentos que sustentavam a consolidação da figura do médico como profissional mais habilitado para assistência ao parto. Realizamos um levantamento entre os anos de 1930 e 1970 em três periódicos brasileiros de ginecologia e obstetrícia: Anais Brasileiros de Ginecologia, Revista de Gynecologia e d’Obstetrícia e Revista de Ginecologia e d’Obstetrícia. A escolha pelos periódicos se deu por sua ampla circulação e centralidade, sendo considerados os mais importantes da área no período. Selecionamos e analisamos 31 artigos completos que tratavam dos seguintes temas: classificações do parto (“parto médico”, “parto dirigido”, “parto conduzido”, entre outros), mecanismos do parto, assistência ao parto, e constituição/ “evolução” da obstetrícia brasileira. Identificamos três temas centrais que constituíram eixos para nossa análise: 1. Necessidade, por parte dos obstetras, em definir e classificar diferentes tipos de parto, distinguindo aqueles que ocorreriam “naturalmente” daqueles que necessitariam de intervenção obstétrica, e quais intervenções (tais como amniotomia e episiotomia) deveriam ser utilizadas como rotina; 2. Defesa do estabelecimento de uma “obstetrícia moderna”, cientificamente construída, em oposição ao “empirismo” que caracterizaria o período anterior; 3. Construção da necessidade de parto hospitalar – em oposição ao parto domiciliar – e assistido por profissional médico habilitado – em oposição a assistência de parteiras. A discussão acerca da roteirização para assistência ao parto, incluindo intervenções e práticas obstétricas que deveriam ser realizadas como rotina, lançam luz aos primórdios processo de medicalização do parto no Brasil. Com a justificativa de um dever médico de diminuir o tempo e as dores do parto e não deixar a natureza “agir sozinha”, as intervenções foram apresentadas como fruto de um novo conhecimento médico-científico que constituiria a “obstetrícia moderna”.
Palavras-chave
PráticasProcesso de medicalização
Rotina
Parto hospitalar
Figura do médico
Assistência ao parto
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