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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38481
A SOCIALIZAÇÃO EM UM GRUPO VIRTUAL SOBRE ESQUIZOFRENIA E OS EFEITOS PARA O AUTOCUIDADO
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Este trabalho analisa novo fenômeno em saúde: pacientes se reúnem na Internet para trocarem experiências e informações sobre a doença. Nestes espaços de interação, o conhecimento prático, gerado a partir da experiência com a doença, torna-se repertório de vida compartilhado entre pares e tem o efeito de empoderamento da pessoa que convive com a doença. Analisar os efeitos das trocas em grupo online sobre esquizofrenia na gestão da vida com esta condição, na perspectiva dos participantes. Analisar as especificidades da comunicação virtual; Verificar se o grupo é uma resposta ao isolamento social. A pesquisa qualitativa se deu por meio de estudo de caso em grupo virtual sobre esquizofrenia, com entrevistas e etnografia virtual. Os sujeitos da pesquisa são pessoas em sofrimento psíquico e cuidadores. Empregou-se análise de conteúdo para análise das respostas. A observação participante buscou: identificar temas de interesse, padrão de comunicação e relacionamentos entre os membros. A entrevista buscou identificar a motivação em participar, sentidos do grupo, fluxo de informação entre as informações no grupo e consultas médicas, dificuldades no dia a dia como esta condição, o que necessitam para uma vida satisfatória. O grupo virtual foi criado por uma associação de pacientes, a Abre. O principal efeito do grupo para quem tem sofrimento psíquico é o reconhecimento de si no outro, o que produz alivio, pois as pessoas percebem não serem as únicas em relação ao sofrimento psíquico, o qual deixa de ser tão ameaçador. A principal motivação é a interação social. O estranho íntimo, vínculo possível na Internet, é a base da intimidade entre os membros do grupo. O grupo indica ser uma alternativa de socialização para alguns membros que sentem desconforto em frequentar espaço público, identificada como retraimento positivo. Para os familiares, o grupo significa aprender a lidar com o transtorno com quem o vivencia, bem como apoio emocional. Grupos online são relevante recurso para reunir pacientes sozinhos em sua experiência com a condição psiquiátrica. Eles devem ser analisados para aproveitamento pelo SUS de modo a estender o apoio a várias regiões do Brasil e formar uma rede nacional de pessoas com doenças crônicas em novas estratégias de apoio integral, a exemplo de iniciativas internacionais.
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