Georreferenciamento realizado por uma equipe de consultório na rua: relato de experiência

Abstract

A experiência relatada teve seu início no ano de 2016 e continua em curso, em constante atualização. A identificação de dispositivos para promoção do cuidado à população em situação de rua (PSR) numa região do município do Rio de Janeiro. Os objetivos são mapear através de georreferenciamento a rede intra e intersetorial de cuidado voltado à população em situação de rua atendida pela equipe de Consultório na Rua (eCnaR) do Jacarezinho-RJ, bem como as principais cenas de uso de drogas ilícitas no território. Trata-se de um estudo descritivo, realizado em uma area específica da cidade do Rio de Janeiro, baseado na utilização de um método simples de georreferenciamento de dados através de ferramenta de software livre (Google Maps). Foram identificados e mapeados pontos de cuidado na rede intra e intersetorial para atendimento à PSR cadastrada pela eCnaR do Jacarezinho, além de cenas de uso de drogas ilícitas. Atribuiu-se cores e símbolos distintos para cada categoria. Até o momento, foram georreferenciados mais de 100 equipamentos, entre unidades de atenção primária à saúde, maternidades, hospitais especializados, hospitais de urgência e emergência, unidades de pronto atendimento (UPAS) e centros de atenção psicossocial. Foram mapeados também escolas e creches, abrigos, centrais de recepção e acolhimento, associações de moradores, igrejas, locais para retirada de documentos, centros de referencia de assistência social, além de diversas cenas de uso de drogas. A estratégia de georreferenciamento através da ferramenta Google Maps tem se mostrado potencialmente útil na organização do processo de trabalho da equipe de Consultório na Rua do Jacarezinho, possibilitando um melhor planejamento das ações no território, visando uma efetiva articulação dos diversos setores, induzindo assim o fortalecimento das redes na garantia de um cuidado integral a essa população específica. Apesar do Consultório na Rua ser potente ao inserir essa população no SUS, ele por si só não deve ser encarado como a única alternativa na resolução dos problemas desses sujeitos. Nesse sentido, mapear e identificar os equipamentos e serviços de referência no território, investir em mecanismos que ampliem a comunicação e o compartilhamento de informações e o estabelecimento de fluxos contribuem de forma potente na garantia de um cuidado integral.