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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38628
PARTICIPAÇÃO EM CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS DE SAÚDE: O CASO DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM
Ações de Saúde
Saúde Coletiva
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Diamantina, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Universidade Federal Fluminense. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Universidade Federal Fluminense. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) afirma ser resultado dos consensos obtidos nos eventos produzidos para sua construção e que exprime, com fidelidade, ideias democraticamente discutidas e pactuadas entre os representantes dos setores responsáveis pela gestão e execução das ações de saúde no país. A pesquisa partiu do estranhamento de tais afirmações. Este estudo busca analisar o processo de construção do documento Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) com ênfase na participação desses diversos agentes sociais. Para o desenvolvimento do estudo, recorreu-se aos ex-gestores da Área Técnica de Saúde do Homem que estiveram à frente do processo de construção do documento, assim como aqueles que foram convidados para participar desse processo. Realizou-se entrevistas com diversos agentes sociais envolvidos, além de consultas a documentos que se mostraram pertinentes. Adotou-se como contribuições teóricas, dentre outros, os conceitos de Chantal Mouffe, que se posiciona contrária à ideia de democracia deliberativa que tem como base o consenso, já que este tende a apagar identidades, e defende a importância de processos democráticos que levem em consideração o conflito. Pela análise das entrevistas e análise de documentos, foi possível perceber que as sociedades médicas participantes, principalmente, a de urologia e de cardiologia estavam em disputa por uma saúde do homem pautada por um discurso biomédico, em que deveriam se levar em conta os agravos da população masculina relacionados às doenças urológicas e do coração, respectivamente. Enquanto acadêmicos, pesquisadores e as Organizações Não-Governamentais que estavam representando as entidades civis buscaram se pautar no discurso sócio-antropológico, de gênero e das masculinidades, mais ligado à racionalidade da Saúde Coletiva. Além desses, houve aqueles que defendiam o lugar dos gays e homens trans. Ao longo do estudo nos deparamos com a disputa por uma saúde do homem repartida em pelo menos duas racionalidades: a biomédica e da Saúde Coletiva. Ao invés de ideias democraticamente pactuadas que permitiram traçar consensos, encontramos a existência de conflitos que produziram dominação, silenciamentos e apagamentos. Dentre eles, o apagamento da identidade dos homens gays e trans por ambas as racionalidades apontadas.
Keywords in Portuguese
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do HomemAções de Saúde
Saúde Coletiva
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