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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39526
VIOLÊNCIA CONTRA A GESTANTE: RASTREIO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL
Affilliation
Governo do Distrito Federal. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Brasília, DF, Brasil.
Governo do Distrito Federal. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Brasília, DF, Brasil.
Governo do Distrito Federal. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Brasília, DF, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: Uma a cada seis mulheres sofre algum tipo de violência no mundo, geralmente o perpetrador é o marido ou o namorado (OMS, 2005). Apesar de frequente, a violência na gestação é um fenômeno que permanece invisibilizado. A rotina de rastreio da violência nas unidades de saúde possibilita a adoção de intervenções que reduzam a incidência de violência e propiciem melhores condições de vida e saúde (NELSON, et al., 2012). Objetivos: Rastrear a violência praticada por parceiro íntimo contra as gestantes cadastradas no pré-natal em uma unidade básica de saúde do DF. Metodologia: Os dados que embasam este trabalho foram extraídos de uma pesquisa mais ampla de método misto que fez uso de técnicas quanti-qualitativas para coleta e análise dos dados. Durante três meses (Junho a Agosto de 2015) foi realizado o rastreio. A coleta de dados foi feita por meio do Abuse Assessment Screen (AAS), instrumento validado no Brasil para o questionamento sobre violência contra a gestante (REICHENHEIM, et al. 2000). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP –, por meio do parecer nº. 40678314.7.0000.5553. Discussão dos resultados: 193 gestantes foram convidadas a participar da pesquisa. Destas, 14 não apresentaram interesse em participar, após terem sido informadas sobre o objeto do estudo. A maioria das mulheres se autodeclararam pardas (54,8%), seguida de preta (20,4%). Quanto a escolaridade, 43, 8% declararam ter concluído o ensino médio. 30,3% dispõe de vínculo empregatício formal. O estado civil de 59% das mulheres é solteira. No entanto, 89,3% tem parceiro íntimo, residindo ou não no mesmo domicílio. A idade gestacional variou entre 10 e 40 semanas. Em relação à vivência de violência, 33,1% das mulheres afirmaram ter vivenciado violência por parceiro íntimo ou alguém importante em algum momento da vida. 8,4% mencionaram vivência de violência física ou sexual durante a gestação. 83,1% das gestantes relataram que a violência não foi abordada durante o pré-natal, sendo que 82,6% gostariam que perguntassem de forma rotineira sobre a vivência de violência nos serviços de saúde. Apesar da violência ser um fenômeno recorrente, ainda permanece invisibilizada no contexto da atenção primária a saúde, mesmo diante das consequências para a saúde da mulher e da criança. Conclusão: Identificar a ocorrência da violência por parceiro íntimo no período gestacional é um passo inicial para que sejam reunidas informações e elaboradas estratégias de enfrentamento, articulação da rede de serviços, prevenção e tratamento das sequelas, contribuindo para o empoderamento das mulheres e ruptura com o ciclo de violência (DEVRIES, et. al., 2010).
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