Diagnóstico da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV): histórico e estratégias de ampliação adotadas no Brasil

Abstract

Apresentação/Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é resultante da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que induz imunodepressão profunda nos pacientes acometidos e permite o aparecimento de infecções oportunistas e/ou neoplasias. No Brasil foram registrados 757.042 casos de indivíduos com Aids no período de 1980 até 2014 e com número de óbitos com cerca de 12,5 mil a cada ano. Objetivos: Descrever as principais estratégias de ampliação do diagnóstico incorporadas nas políticas de saúde pública do Brasil, com o objetivo de diminuir os índices de infecção pelo HIV. Metodologia: Estudo descritivo com base na análise documental do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais (DDAHV) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) no período de 2013 a 2015. A análise foi realizada a partir da evolução cronológica da ampliação da oferta dos testes de diagnósticos e da estratégia de implementação dentro e fora das unidades básicas de saúde, por grupos de população. Resultados: incorporação da investigação da infecção pelo vírus HIV através de exames diagnósticos, como uma das ferramentas para alcançar a meta mundial 90-90-90 no ano de 2020. Marco para o início da ampliação de acesso ao diagnóstico de HIV foi a criação dos Centros de Orientação e Aconselhamento Sorológico. A evolução dos algoritmos diagnósticos do Manual Técnico para o diagnóstico da Infecção pelo HIV, contemplando necessidades específicas e garantindo formas de testagem para cada realidade, programas e projetos, como o “Viva Melhor Sabendo” e o “A hora é agora”, permitiram expandir o número de pessoas e populações-chave diagnosticadas.Conclusões/Considerações: As iniciativas para a ampliação do acesso ao diagnóstico da infecção pelo HIV são crescentes. Verificou-se que as estratégias de diagnóstico e tratamento precoce adotadas apresentaram bons resultados nos últimos anos. Como exemplo disto, é a taxa de detecção de HIV por 100.000 habitantes, que caiu para menos de 20 casos em 2015, passando a ser a menor taxa de detecção dos últimos 12 anos (19,7/100.000).