Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4713
Type
DissertationCopyright
Open access
Sustainable Development Goals
05 Igualdade de gêneroCollections
Metadata
Show full item record
REVELANDO VOZES, DESVENDANDO OLHARES: OS SIGNIFICADOS DO TRATAMENTO PARA O HIV/AIDS
HIV
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
Mulheres
Terapêutica
Sexualidade
Cunha, Cláudia Carneiro da | Date Issued:
2004
Alternative title
Revealing voices, unmasking glances: the meanings of the treatment for HIV/AIDSAuthor
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A dissertação aborda os significados do tratamento para o HIV/AIDS. O referencial
metodológico é a pesquisa qualitativa e o campo de estudo o serviço de um hospital de
referência da Baixada Fluminense. O grupo estudado foi de 10 mulheres vivendo com
HIV/AIDS, em terapia antiretroviral (ARV). Os significados do tratamento se mostraram
relacionados: ao diagnóstico HIV+ no pré-natal ou quando do nascimento do filho, diante
da possibilidade ou não de protegê-lo da doença; ao momento do tratamento; ao espaço
(público e privado) onde se vive preferencialmente a doença e o tratamento; ao fato de
compartilhar ou não a doença e o tratamento com o parceiro e família; a busca de outras
racionalidades, como a religião e os remédios alternativos; ao vínculo afetivo com o
médico; a possibilidade de preservar as referências de vida anteriores ao diagnóstico. O(s)
filho(s) é(são) são referido(s) pelas entrevistadas como o sentido da vida, havendo uma
inter-relação estreita entre cuidar-se e cuidar dos filhos, tributário do tratamento ARV. O
auto-cuidado é, antes de tudo, afirmação da vida. Não “ceder ao lugar de doente” é não se
entregar à depressão, ruptura do cotidiano. A doença se materializa no corpo com o uso da
medicação, mas é possível, apesar das dificuldades, conciliar a rotina com o tratamento
ARV, o que é percebido como “ter saúde”, também pela ausência de “sintomas da doença”.
O impacto da doença relaciona-se à não percepção anterior de vulnerabilidade ao HIV. No
âmbito da saúde reprodutiva, ser soropositiva subtrairia o direito de ter (mais) filhos. As
questões da conjugalidade se sobrepõem àquelas concernentes ao HIV e a vivência da
doença opera uma inversão nos termos que qualificam o masculino e o feminino, tornando
os homens “fragilizados” e as mulheres (mais) “fortes”. Por outro lado, a inserção
econômica passa pela doença e sobressai a saída “tutelar”, que preserva o lugar da mulher
na casa e do homem como provedor, e evita a “morte civil”. Assumir o papel de “agente de
saúde” da família permite se diferenciar das demais pessoas de seu meio social. Adotar
uma prática preventiva não se resume à falta/pouca informação ou à incompreensão de
termos técnicos, mas diz respeito àquilo que é eleito enquanto “risco” e a relevância dos
diferentes riscos no cotidiano.
Abstract
The thesis discusses the psychosocial meanings of HIV/AIDS treatment, using qualitative
methods to assess daily operations of a reference hospital, located in Baixada Fluminense,
Rio’s outskirts. In-depth interviews were carried out with 10 women living with
HIV/AIDS, under antiretroviral (ARV) therapy. Treatment enrollment, follow-up, and
outcomes have been associated with: diagnosis during prenatal care vs. delivery, and the
respective alternatives to avert mother-to-child transmission; previous experiences and
timing; the settings (public and private) where illness and treatment have been
experienced/taking place; disclosure (or secrecy) to partners and family; search for
alternative therapeutic tools (folk medicine) and relief provided by religion; affective bond
with providers; bridges with hopes and wishes held before diagnosis. Children’s well-being
was found to be the main motivation for their mothers, fostering a close relationship
between self-care of mothers themselves and care delivered to their children, both
associated with the benefits provided by ARVs. To care yourself does mean to celebrate
life, to resist to be labeled as a sick person, struggling against depression and enduring
different challenges. Illness materializes in patients’ bodies, someway paradoxically,
through the side-effects of medicines, but interviewees clearly demonstrate it’s possible to
reconcile therapy and a rewarding life, felt as the path toward good health, a symptom-free
daily life. Illness is perceived as a full challenge to a previous (mis)perception of
invulnerability. In terms of sexual and reproductive health, to live with HIV/AIDS may rob
women the chance to have (more) children. There is a complex and multifarious blend of
feelings of living with HIV and conjugality, twisting traditional gender roles, making
women stronger and exposing weaknesses of men. On the other hand, economic difficulties
are pressing and foster traditional roles of women as “carers” and men as providers. Private
and public assistance is key to the survival of patients and their families and a main
strategy to avert ostracism (“civil death”). To assume the role of a “health agent” at home
confer people status in their communities. To consistently adopt safer behaviors is not a
synonym of sound/available information, but does mean to establish a rank between
competing priorities and different risks life poses everyday.
DeCS
Prevenção de DoençasHIV
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
Mulheres
Terapêutica
Sexualidade
Share