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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49672
CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E SEUS EFEITOS SOBRE OS LIPÍDIOS PLASMÁTICOS E A PRESSÃO ARTERIAL ESTUDO LONGITUDINAL DE SAÚDE DO ADULTO (ELSA-BRASIL)
Lipídios Plasmáticos
Pressão Arterial
Estudos Longitudinais
Lipídeos
Pressão Arterial
Comportamento Alimentar
Saúde do Adulto
Estado Nutricional
Estilo de Vida
Estudos Longitudinais
Modelos Lineares
Modelos Logísticos
Scaranni, Patricia de Oliveira da Silva | Data do documento:
2020
Título alternativo
Consumption of ultra-processed foods and their effects on plasma lipids and blood pressure Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil)Autor(es)
Orientador
Coorientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Este estudo avaliou os efeitos do consumo dos alimentos ultraprocessados (AUP) em
parâmetros da saúde cardiovascular. No artigo 1, estudamos as mudanças nos lipídios
plasmáticos e a incidência de dislipidemias segundo sexo associadas ao consumo dos AUP ao
longo de 3,8 anos de seguimento. No artigo 2, analisamos a relação entre os AUP e alterações
na pressão arterial (PA) e a incidência de hipertensão arterial. Foram analisados os dados da
linha de base (2008-2010) e da primeira visita de acompanhamento (2012-2014) de
participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Um Questionário de
Frequência Alimentar aplicado na linha de base foi utilizado para avaliar o consumo alimentar
e identificar os AUP segundo a NOVA, classificação de alimentos quanto à extensão e ao
propósito do processamento industrial. O percentual calórico proveniente de AUP em relação
à ingestão calórica diária foi calculado e categorizado em tercis de consumo. Os lipídios
sanguíneos analisados foram LDL-c, HDL-c e triglicerídeos e, a partir destes, foram estudadas
as dislipidemias: hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia
mista e baixo-HDL-c. As PA sistólica e diastólica foram aferidas e a partir delas foi
identificada a hipertensão arterial. Foi utilizado modelo linear de efeito misto para estimar a
associação entre consumo de AUP e mudanças nos níveis de lipídios plasmáticos e de PA e
modelo logístico de efeitos mistos para as estimativas de incidência de dislipidemias e de
hipertensão arterial. Em média, cerca de 25% das calorias ingeridas diariamente em relação à
energia total foram provenientes de AUP. Observou-se que o consumo elevado de AUP se
associou à redução de 1,08 mg/dL nos níveis de HDL-c em homens no seguimento. O risco
foi ainda maior se consideramos apenas os indivíduos com excesso de peso (β=-1,35; IC95%:
-2,65;-0,05). Evidenciou-se associação entre o alto consumo de AUP e aumento da PA
diastólica em 0,48 mmHg e do risco de hipertensão em 23%. Em ambos os trabalhos,
evidenciamos a questão do estado nutricional como mediador. Nossos resultados corroboram
as recomendações já apresentadas no Guia Alimentar para a População Brasileira que aponta
a necessidade de redução dos AUP e dão suporte para novas políticas que visem a melhorar a
saúde da população, especialmente a prevenção de dislipidemias e hipertensão arterial.
Resumo em Inglês
This study evaluated the effects of consumption of ultra-processed foods (UPF) on
cardiovascular health parameters. In article 1, we studied changes in plasma lipids and the
incidence of dyslipidemia associated with the consumption of UPFs over 3.8 years of followup. In article 2 we analyzed the relationship between AUP and changes in blood pressure (BP)
and the incidence of arterial hypertension. Baseline data (2008-2010) and the first follow-up
visit (2012-2014) of participants in the Longitudinal Study on Adult Health (ELSA-Brasil)
were analyzed. A Frequency Questionnaire Food Frequency applied in the baseline was used
to assess food consumption and identify UPFs according to NOVA, food classification
regarding the extent and purpose of industrial processing. The caloric percentage from UPF in
relation to daily caloric intake was calculated and categorized into consumption tertiles. The
blood lipids analyzed were LDL-c, HDL-c and triglycerides and, from these, dyslipidemias
were studied: isolated hypercholesterolemia, isolated hypertriglyceridemia, mixed
hyperlipidemia and low HDL-c. Systolic and diastolic BP were measured and arterial
hypertension was identified from them. A linear mixed effect model was used to estimate the
association between UPF consumption and changes in plasma lipid and BP levels and a mixed
effects logistic model to estimate the incidence of dyslipidemia and arterial hypertension. On
average, about 25% of calories ingested daily came from UPF. It was observed that the high
consumption of UPF was associated with a reduction of 1.08 mg / dL in HDL-c levels in men
in the follow-up. The risk was even greater if we considered only overweight individuals (β =
-1.35; 95% CI: -2.65; -0.05). There was an association between high consumption of UPF and
increase in diastolic BP by 0.48 mmHg and risk of hypertension by 23%. In both studies, we
highlighted the issue of nutritional status as a mediator. Our results corroborate the
recommendations already presented in the Food Guide for the Brazilian Population, which
points out the need to reduce UPF and support new policies aimed at improving the health of
the population, especially the prevention of dyslipidemia and hypertension.
Palavras-chave
Alimentos UltraprocessadosLipídios Plasmáticos
Pressão Arterial
Estudos Longitudinais
DeCS
Alimentos IndustrializadosLipídeos
Pressão Arterial
Comportamento Alimentar
Saúde do Adulto
Estado Nutricional
Estilo de Vida
Estudos Longitudinais
Modelos Lineares
Modelos Logísticos
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