Pacientes com doença renal crônica em hemodiálise: determinação da prevalência de SARSCoV2 e HCV e o impacto da doença renal crônica como fator de risco às infecções virais

Abstract

O SARS-CoV-2 tem tropismo por diferentes tipos celulares, incluindo as renais, uma vez que estas apresentam seu receptor, a a Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ACE2). A COVID-19 apresenta alta letalidade em pacientes idosos e com comorbidades, como os portadores doença renal crônica (DRC), que é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de complicações secundárias para a doença. Pacientes com DRC em hemodiálise estão no grupo de maior vulnerabilidade para aquisição da hepatite C, devido à maior exposição a procedimentos invasivos, e ao SARS-CoV-2 a presença de comorbidades pré-existente. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de anticorpos IgG anti-HCV e IgG/IgM SARS-CoV-2 em pacientes com DRC em hemodiálise. Este é um estudo do tipo transversal em que amostras de soro e secreção de naso/orofaríngea foram coletadas de 398 pacientes renais crônicos, recrutados de três instituições de diálise no Rio de Janeiro entre setembro de 2020 e janeiro de 2021. Amostras de secreção respiratória foram submetidas à detecção do SARS-CoV-2 RNA por PCR em tempo real e as amostras de soro à detecção de anticorpos IgG e IgM para SARS-CoV-2 e IgG para HCV empregando ensaios imunoenzimáticos. Também foram realizadas detecção e quantificação do RNA do HCV por PCR em tempo real. Sendo assim, concluímos que em geral, a média das idades foi de 53 anos, com predominância do sexo masculino, cor de pele preta e baixa escolaridade. A doença de base encontrada foi nefropatia hipertensiva, seguida de nefropatia diabética. A prevalência de anti-SARS-CoV-2 foi de 54,5%, Já para o SARS-CoV-2 RNA foi de 0,8% e a prevalência de anti-HCV e HCV RNA foi 5,5% e 3,5%, respectivamente. Os genótipos circulantes para HCV eram os genótipos 1a, 1b, 3