Análise do perfil epidemiológico dos casos de violência interpessoal e autoprovocada contra crianças e adolescentes notificados entre janeiro de 2012 a julho de 2020, Aparecida de Goiânia - Goiás

Abstract

Este estudo tem por objetivo analisar o perfil epidemiológico dos casos de violência contra crianças e adolescentes notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em Aparecida de Goiânia - Goiás. Para coleta, foram considerados casos referentes aos anos 2012 a julho de 2020, constando a criança e o adolescente como vítima da notificação. Os resultados demonstraram que, o Programa de Prevenção às Violências e Promoção da Saúde de Aparecida de Goiânia notificou 4.534 casos de violência interpessoal e autoprovocada entre janeiro de 2012 a julho de 2020, sendo 1.873 contra crianças e adolescentes equivalendo a 41,3% das notificações. Com relação ao tipo de violência, 886 crianças e adolescentes sofreram violência física. 542 crianças e adolescentes sofreram violência sexual e 354 violências Psicológica. Constatou-se que das crianças e adolescentes vítimas de violência, 1.156 eram do sexo feminino (61,7%), Com relação a idade, a maioria das vítimas tinham de 15 a 19 anos, totalizando 838 (44,7%), com predomínio da raça/cor parda 921 (49,1%), escolaridade estava como não se aplica, ou seja, não estavam em idade escolar em 469 casos, (25%). No momento da notificação, 46 meninas estavam gestantes, sendo 6 (13%) com 13 anos de idade, 3 (6,5%) com 14 anos e 37 (80,4%) de 15 a 19 anos. Das vítimas, 207 (15,3%) possuíam algum tipo de deficiência ou transtorno. Referindo-se às características do (a) agressor (a), constatou-se, que, o autor da violência, 1.040 (55,5%) era do sexo masculino. Em se tratando do número de envolvidos na violência, 1.313 (70,1) para um envolvido. Em relação ao vínculo ou grau de parentesco do autor da violência com a vítima, 446 (23,8%) era a própria pessoa, o ciclo de vida do provável autor da violência, 528 (28,2%) adolescente (10 a 19 anos). Conclui- se que estes perfis estudados apontam para algo em comum: são fenômenos que acontecem dentro do próprio núcleo familiar. Esta constatação reforça a necessidade de estratégias de prevenção voltadas, inclusive, para a própria família.