Redes de resistência: a atuação de movimentos feministas nas políticas públicas de atenção ao parto

Abstract

O objetivo desta pesquisa foi analisar a atuação dos movimentos feministas nas políticas públicas de atenção ao parto na Região Metropolitana do Recife. Trata-se de um estudo de caso do tipo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa. Foram entrevistadas representantes de sete movimentos feministas e em seguida foram codificadas as categorias analíticas a partir da proposta hermenêutica-dialética. Os movimentos feministas avaliaram negativamente a organização e qualidade da rede obstétrica na RMR, a atenção ao parto é marcada pela violência obstétrica e pela mortalidade materna. Logo, os movimentos feministas desejam uma mudança radical que humanize, transformando o modelo hospitalocêntrico e medicalocêntrico. Para avançar na direção das transformações que desejam, os movimentos feministas estão aproximando-se dos processos de construção, implementação e gestão das políticas públicas. Essa incidência ocorre a partir de diferentes estratégias, as três mais citadas foram: a comunicação feminista e popular, a participação de espaços de controle social e a ocupação dos espaços legislativos.