Promoção da saúde: percepções dos profissionais de saúde da atenção primária à saúde do Distrito Federal

Abstract

O arcabouço teórico e prático da Promoção da Saúde é visto como um processo, ainda, em construção, permeado por uma variedade de conceitos, assim como por ações diversas. Com o objetivo de analisar as percepções que alguns profissionais de saúde atuantes nos serviços de Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal possuem sobre a Promoção da Saúde foi realizada esta pesquisa com abordagem qualitativa. Os participantes foram 12 profissionais de saúde que trabalham em 3 Unidades Básicas de Saúde do Distrito Federal, sendo 1 localizada na zona urbana, cuja as práticas são voltadas para a Promoção da Saúde e para as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, e 2 na zona rural, estas últimas são compostas, cada uma delas, por 1 Equipe de Saúde da Família. A coleta dos dados foi desenvolvida com base na aplicação de um roteiro de entrevista semiestruturada e na etapa de tratamento dos dados foi utilizada a Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin. Os resultados apontaram que existem variações nas percepções apresentadas pelos profissionais, em que algumas estão mais alinhadas à vertente crítica e outras à vertente conservadora da Promoção da Saúde, situação que é refletida nas ações descritas como promotoras de saúde pelos trabalhadores. Além das percepções e práticas desenvolvidas foi questionado aos entrevistados a respeito dos facilitadores e dificultadores para a realização destas ações e sugestões para o fortalecimento da Promoção na Atenção Primária. Esta pesquisa evidenciou imprecisões no conceito de Promoção da Saúde, com vinculações às 2 vertentes citadas anteriormente. Implementar estratégias promotoras de saúde na Atenção Primária é um desafio e um trabalho complexo, visto que a compreensão ampliada do significado da Promoção da Saúde difundido pela Carta de Ottawa e, posteriormente, incorporado pelo Sistema Único de Saúde ainda não conseguiu ser incluída na formação dos profissionais de modo que se promova uma transformação do trabalho em saúde, soma-se a isso as dificuldades existentes na rotina dos trabalhadores, a ausência de apoio por parte dos gestores e o espaço limitado para as ações de Promoção da Saúde.