Ganho de peso gestacional e fatores maternos associados à sua inadequação em adolescentes brasileiras

Abstract

Introdução: O ganho de peso gestacional (GPG) é amplamente discutido na literatura por se configurar como um dos determinantes para os desfechos maternos e neonatais, no entanto, grande parte das investigações são voltadas predominantemente para mulheres adultas. Objetivo: Avaliar os fatores maternos associados ao GPG em adolescentes brasileiras oriundas do estudo “Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento”. Métodos: Estudo transversal, de base hospitalar, no qual foram incluídas 3.904 adolescentes com gestação de feto único e idade gestacional (IG) ao nascimento ≥37 semanas. Construiu-se um modelo hierarquizado para buscar associação entre a variável dependente: inadequação do GPG, e as independentes: características sociodemográficas, assistenciais, obstétricas e comportamentais. Resultados: As chances de GPT insuficiente foram maiores para as adolescentes do Norte (OR=1,50, IC95%: 1,07 – 2,10) e Nordeste (OR=1,68, IC95%: 1,27 – 2,21). O trabalho remunerado elevou as chances de GPG insuficiente (IC95%: 1,15 – 2,39) e excessivo (IC95%: 1,01 – 1,86). O sobrepeso ou obesidade pré-gestacional foram associados ao GPT excessivo (OR=1,86, IC95%: 1,19 – 2,92 e OR= 3,06, IC95%: 2,10 – 4,45, respectivamente), bem como a IG ≥42 semanas (OR=2,23, IC95%: 1,03 – 4,81). Conclusão: Para além das discussões já bem embasadas na literatura acerca do estado nutricional pré-gestacional e seu impacto no GPG, os presentes achados possibilitam um olhar mais focado acerca de questões sociais, as quais possuem extrema relevância no GPG e precisam ser considerados na prática clínica e nas políticas públicas direcionadas às adolescentes.