Segurança alimentar e nutricional de moradores dos territórios do Campo da Rota do Cavalo, Sobradinho – DF no contexto da COVID-19

Abstract

O conceito de segurança alimentar e nutricional é definido na Lei nº 11.346 através do artigo 3º, como “o direito de todas as pessoas ao acesso regular e permanente de alimentos, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais (...)”. A segurança alimentar pode ser um dos principais direitos que sofreram interferência por conta da diminuição de renda ocasionada pela pandemia. Foi realizado um estudo observacional transversal com coleta de dados primários. A amostra da pesquisa contou com 24 participantes de domicílios diferentes. Além de abordar usuários (as) que compareceram às consultas na sala de espera da UBS, os participantes responderam à pesquisa por meio da plataforma online Google Formulários que foi disponibilizada a usuários que já haviam utilizado o serviço de comunicação da UBS. Foi utilizado um Questionário de Informações Pessoais do participante composto por dados socioeconômicos e acerca da alimentação na pandemia e a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), composta por catorze perguntas acerca da obtenção de alimentos, da renda destinada para compra de alimentos, entre outras questões (11). O sexo predominante na pesquisa foi o feminino, correspondendo a 95,8% da amostra. Predominou-se a participação de moradores das comunidades mais populosas da região, com destaque para os acampamentos da reforma agrária, com um total de 13 pessoas. Ao serem questionados se houve diminuição da renda devido à pandemia, a maioria respondeu positivamente (20 pessoas). Em relação à existência de dificuldade para se alimentar com o surgimento da pandemia do COVID-19, 12 participantes responderam de forma afirmativa e 11 participantes negaram. Na aplicação da EBIA, houve 17 participações de domicílios com moradores com idade menor que 18 anos. Destes 17 domicílios, a situação de segurança alimentar foi classificada em apenas dois domicílios. Já em situação de insegurança alimentar foram classificados 15 domicílios, representando a maioria. Eles foram subdivididos em insegurança alimentar leve (6 domicílios), insegurança alimentar média (5 domicílios) e insegurança alimentar grave (4 domicílios). Houveram 7 domicílios sem nenhum morador abaixo dos 18 anos. Estes domicílios foram classificados em sua maioria como segurança alimentar (4 domicílios). Três domicílios classificaram-se em situação de insegurança alimentar, sendo um deles leve e dois graves. Concluiu-se que a pandemia influenciou na renda e desemprego da população rural e que esses fatores estão diretamente relacionados à insegurança alimentar, seja em nível leve, moderado ou grave.