Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/64933
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO, IMUNOLÓGICO E VIROLÓGICO DE PORTADORES DE INFECÇÃO PELO HIV-1 EM ACOMPANHAMENTO NO ÚNICO SERVIÇO PÚBLICO DE TRATAMENTO DE HIV EM SÃO BENTO DO SUL, SANTA CATARINA
Epidemiologia
Antirretroviral
Infecções Sexualmente Transmissíveis
Resistência Antirretroviral
Moreira, Luiz Felipe de Souza | Date Issued:
2023
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: a pandemia de aids sofreu interiorização ao longo dos anos e passou a atingir também cidades menores, onde se concentra a maior parte da população brasileira. O objetivo principal do nosso estudo foi descrever as características sociodemográficas e aspectos do acompanhamento clínico de uma coorte de pacientes em acompanhamento no único centro de tratamento especializado de São Bento do Sul/SC. Método: estudo transversal com ponto de corte temporal no primeiro trimestre de 2021 visando a caracterização do perfil dos pacientes em acompanhamento da infecção por HIV-1 no Centro de Vigilância em Saúde de São Bento do Sul/SC, incluindo análise de prontuário e de sistemas de informação oficiais (Sinan, Siclom e Siscel), com a captura em formulário eletrônico estruturado das informações cumulativas desde o início da avaliação clínica no programa local de IST/aids. Resultados: foram recrutados 228 participantes, 57,5% do sexo masculino, 75% se identificaram como heterossexual, e a maioria tinha entre 35 e 44 anos de idade. Havia histórico de uso de drogas recreacionais entre 13,6% e de tabaco em 38,1%. A comorbidade mais encontrada foi hipertensão arterial sistêmica (26,3%), seguida por dislipidemia (22,8%), e apenas 45,6% tinham IMC <25 kg/m2. O rastreio de tuberculose prévia não era conhecido em 30,7% dos participantes e 39% tinham histórico de IST, principalmente sífilis (28,5%). A maior parte formava casais sabidamente sorodiscordantes (32,7%), teve diagnóstico de infecção por HIV-1 para avaliação de sintomas (31,7%), seja por doença definidora de aids ou não, 14,5% teve alguma doença oportunista definidora ao longo do tratamento, sendo tuberculose a principal (31,3%), e 30,6% já tinham apresentado contagem de linfócitos T CD4+ <200/mm³. Dentre os que tiveram falha virológica, a mutação mais frequente foi a M184V (69,2%), seguida pela K103N (57,7%) e pelas TAM (57,7%). Em 2021, 14,9% estavam com viremia detectável, sendo 9,2% com valores >200 cópias/ml. O esquema mais utilizado na ocasião era TDF/3TC com dolutegravir (43%), seguido por TDF/3TC/EFZ (23,7%). O principal motivo de troca de TARV ao longo do tempo nesta coorte foi a ocorrência de efeitos adversos (15,8%), mas 45.6% nunca haviam trocado seu esquema. A adesão às vacinas disponíveis no SUS foi alta, à exceção da antipneumocócica (completa em 23,3%) e anti-HPV (12,7%), mas cada uma já com doses adicionais para completar o esquema. Conclusão: as características sociodemográficas não foram tão diversas do observado no restante do estado. As trocas de TARV sempre devem ser realizadas tempestivamente e para minimizar o impacto em terapias posteriores as falhas virológicas não podem ser subestimadas. O estímulo ao diagnóstico precoce da infecção pelo HIV e a manutenção do controle virológico devem nortear os programas dedicados às PVHA, e ir além, ao incluir combate às IST, oferta de tratamento de uso abusivo de drogas ilícitas e tabaco, manejo das comorbidades, instituição de quimioprofilaxias e ampliação do programa de vacinação especial.
Abstract
Introduction: the AIDS pandemic had headed to the up-country over the years and has also reached smaller cities, where most of the Brazilian population is concentrated. The main objective of our study was to describe the sociodemographic characteristics and aspects of the clinical follow-up of a cohort of patients being followed up at the only specialized treatment center in São Bento do Sul/SC. Method: cross-sectional study with a temporal cut-off point in the first quarter of 2021, aiming to characterize the profile of patients being monitored for HIV-1 infection at the Centro de Vigilância em Saúde of São Bento do Sul/SC, including analysis of medical records and systems of official information (Sinan, Siclom and Siscel), with the capture in electronic form of the cumulative information since the beginning of the clinical evaluations in the local STI/AIDS program. Results: in all, 228 participants were recruited, 57.5% were male, 75% identified as heterosexual, and most were between 35 and 44 years old. There was a history of recreational drug use among 13.6% and tobacco use in 38.1%. The most common comorbidity was systemic arterial hypertension (26.3%), followed by dyslipidemia (22.8%), and only 45.6% had a BMI <25 kg/m2. Prior tuberculosis screening was not known in 30.7% of the participants, and 39% had a history of STIs, mainly syphilis (28.5%). Most were known to be serodiscordant couples (32.7%), had a diagnosis of HIV-1 infection for symptom assessment (31.7%), whether due to an AIDS-defining illness or not, 14.5% had some defining opportunistic disease at the time of diagnosis. Throughout the treatment, with tuberculosis being the main one (31.3%), 30.6% had already presented a CD4+ T lymphocyte count <200/mm³. Among those who had a virological failure, the most frequent mutation was M184V (69.2%), followed by K103N (57.7%) and TAM (57.7%). In 2021, 14.9% had detectable viremia, and 9.2% with values >200 copies/ml. The most used regimen at the time was TDF/3TC with dolutegravir (43%), followed by TDF/3TC/EFZ (23.7%). The main reason for changing ART over time in this cohort was the occurrence of adverse effects (15.8%), but 45.6% had never changed their regimen. Adherence to the vaccines available in the SUS was high, except for anti-pneumococcal (23.3%) and anti-HPV (12.7%) vaccines, each of which already received additional doses to complete the scheme. Conclusion: the sociodemographic characteristics were not so different from what was observed in the rest of the state. ART changes must always be performed promptly to minimize the impact on subsequent therapies; virological failures cannot be underestimated. Encouraging early diagnosis of HIV infection and maintaining virological control should guide programs dedicated to PLWHA, and go beyond, by including combating STIs, offering treatment for abuse of illicit drugs and tobacco, managing comorbidities, institution chemoprophylaxis and expansion of the special vaccination program.
Keywords in Portuguese
HIV-1Epidemiologia
Antirretroviral
Infecções Sexualmente Transmissíveis
Resistência Antirretroviral
Share