Avaliação dos eventos adversos associados ao uso de primaquina e tafenoquina

Abstract

A malária é doença parasitária causada por protozoários do gênero Plasmodium. O P. vivax é a espécie mais distribuída em todo globo, sendo responsável pela segunda maior carga da malária globalmente. A principal característica biológica dessa espécie é a presença de hipnozóitos, forma dormente do parasito, responsáveis pelas frequentes recaídas da doença. O tratamento é um dos eixos fundamentais para o alcance das metas de eliminação. As 8-aminoquinolinas, primaquina e tafenoquina, são as únicas drogas com ação contra as formas hepáticas. A tafenoquina, apresenta como grande vantagem, o uso em dose única. As duas drogas apresentam como desvantagem o risco de causar anemia hemolítica aguda em pacientes com a deficiência de G6PD, neste contexto, o presente o trabalho visa avaliar os eventos adversos associados ao uso da tafenoquina e primaquina. De setembro de 2021 a agosto de 2022, o uso de tafenoquina para a cura radical do P. vivax combinada com o resultado do teste G6PD, foi implementado em dois municípios brasileiros, Manaus e Porto Velho, ambas cidades endêmicas de malária na região amazônica. A avaliação dos eventos adversos no uso de TQ e PQ nos pacientes internados com suspeitas de Anemia Hemolítica Aguda (AHA), revelou que nenhum dos casos internados com anemia hemolítica aguda estão relacionados ao uso da tafenoquina. A implementação do uso de TQ como opção de tratamento da “cura radical” da malária vivax em países endêmicos é promissora, pois além da TQ evitar recaídas, é responsável indiretamente pela redução de transmissão da doença.