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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/66425
Type
ThesisCopyright
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- IFF - Teses de Doutorado [187]
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DE BARBA E BARRIGÃO: HISTÓRIAS DE GESTAÇÃO E PARENTALIDADE DE HOMENS TRANS
Pereira, Pamella Liz Nunes | Date Issued:
2021
Author
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A partir da segunda metade do século XX surgiram novos enunciados e enunciações sobre a sexualidade e as bordas estabelecidas nas condições de gênero se tornam menos nítidas. Neste bojo, questiona-se a existência de uma essência ontológica do sexo e com isso, entram em xeque as significações sobre o masculino e o feminino e sobre ser homem e ser mulher, além do, imperativo da reprodução sexual e do casamento como consequências de uma suposta natureza cisheteronormativa. No contexto destas transformações, nos últimos anos, tornou-se pública a imagem de homens trans grávidos ou ao lado de seus filhos biológicos, denotando uma ação performativa - até então marginalizada - do sujeito grávido, que incorpora a masculinidade e enuncia novos processos de construção política do gênero e dos papéis parentais. Neste trabalho, buscou-se compreender como os homens trans experienciaram a gestação e como eles exercem a parentalidade. Foram ouvidas as suas histórias de gravidez, através de entrevistas abertas, realizadas em encontros únicos, e complementadas por alguns encontros informais. Ao mergulhar nos relatos, pude acessar memórias marcadas pela ruptura com as expectativas heteronormativas relacionadas ao engravidamento e gravidez, bem como pude compreender que parentalidade é um importante aspecto da construção das masculinidades dos interlocutores. Apesar das grandes dificuldades enfrentadas durante a gravidez, que foi um período de experimentação da abjeção e não reconhecimento de si, após o nascimento dos filhos, a construção de uma vida como homem trans foi fortalecida a partir do exercício de criar/educar e da formação de um grupo familiar independente da família de origem.
Abstract
Throughout the 20th century new statements about sexuality emerged and the borders established in gender conditions became less clear. In this context, the existence of an ontological essence of sex is questioned and the meanings about male and female and about being a man and being a woman come into question, in addition to the imperative of sexual reproduction and marriage as consequences of a supposed cisheteronormative nature. With these transformations, in recent years, the image of pregnant trans men or alongside their biological children has become public, denoting a performative action - until then marginalized - of the pregnant subject, which incorporates masculinity and enunciates new construction processes gender policy and parental roles. In this work, we sought to understand how trans men experienced pregnancy and how they exercise parenthood. Their pregnancy stories were heard through open interviews, carried out in one-off meetings, and complemented by some informal meetings. By carrying a deep reading of the reports, I was able to access memories marked by the rupture with heteronormative expectations related to pregnancy and getting pregnant, as well as understanding that parenting is an important aspect of the construction of the interlocutors' masculinities. Despite the great difficulties faced by the characters during the pregnancy, which was a period of abjection and non-recognition of themselves, after they gave birth, the construction of a life as a trans man was strengthened by the exercise of raising children and by the construction of a family group for their own.
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