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GESTANTES, HESITAÇÃO VACINAL E PANDEMIA DE COVID-19
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Abstract in Portuguese
Durante a pandemia de COVID-19, as gestantes experienciaram situações de extrema cautela e preocupação. Elas enfrentaram desafios únicos em um contexto repleto de ansiedade, medos, incertezas, desde preocupações com sua própria saúde e a saúde de seus bebês, até questões relacionadas ao parto e à maternidade em um mundo afetado pela pandemia. Além disso, a partir do desenvolvimento das vacinas contra a COVID-19, as gestantes têm se deparado com a incerteza em torno dos riscos da infecção pelo coronavírus e as dúvidas sobre a segurança das vacinas disponíveis, o que gera um paradoxo sobre a tomada de decisão sobre se vacinar. Neste cenário, esta pesquisa possui como objetivo: compreender as repercussões da pandemia de COVID-19 na experiência gestacional e nas tomadas de decisões de pessoas gestantes sobre vacinas e imunização. Método: Trata-se de um estudo que seguiu um percurso metodológico delineado a partir de uma abordagem exploratória, descritiva, quanti e qualitativa. As participantes foram pessoas adultas brasileiras que gestaram no período de março de 2020 a novembro de 2023. O recrutamento ocorreu no período de 21/10/2023 a 24/11/2023 através de um questionário online antecedido por um Consentimento Livre e Esclarecido online. Os dados foram exportados para tabelas Excel e foram estratificados em três grupos: gestantes na pandemia (gestantes de março 2020 a dezembro 2022), gestantes pós pandemia (gestantes de janeiro a novembro de 2023), gestantes em ambos os períodos. Depois, foram organizados e tratados a partir de análise estatística descritiva com auxílio do programa estatístico para as Ciências Sociais (SPSS - 23.0). Os dados qualitativos foram tratados pelo software IRAMuTeQ, e foram executadas análises textuais. Foram inseridos no estudo 1230 participantes. Os resultados foram organizados de forma sistemática, onde caracterizou-se socio demograficamente a população do estudo. A análise quantitativa organizou os resultados a partir do método 5C de hesitação vacinal - contexto, complacência, conveniência, comunicação e confiança. A análise qualitativa processada pelo software IRAMuTeQ se deu através da classificação Hierárquica Descendente (CHD) e nuvem de palavras. A CHD foi finalizada em 5 classes: Classe 1- Medidas de proteção frente ao medo da COVID-19; Classe 2- Sentimentos, dúvidas e riscos em relação a vacinação contra COVID-19; Classe 3- Repercussões da pandemia na experiência gestacional, de parto e nascimento; Classe 4- Implicações da pandemia da COVID-19 no pré-natal; Classe 5- Isolamento social e saúde mental. Conclusão: As discussões produzidas no estudo destacam o medo, as dúvidas e as implicações da pandemia de COVID-19 na experiência gestacional, na hesitação vacinal e na tomada de decisões sobre imunização. A busca por proteção, os medos dos efeitos colaterais da vacina, a solidão e distanciamento social, a ausência de uma rede de apoio e os danos à saúde mental foram destaque nos relatos das participantes. Todos esses fatores corroboram para a aceitação ou hesitação vacinal. Assim, é necessária uma abordagem holística e colaborativa, envolvendo educação, comunicação transparente, acesso a dados confiáveis e apoio adequado. Os profissionais de saúde desempenham um papel crucial na orientar às gestantes e apoiando-as em suas decisões informadas, levando em consideração seu histórico médico individual, seu risco de exposição ao vírus e suas preocupações pessoais.
Abstract
During the COVID-19 pandemic, pregnant women experienced situations of extreme caution and concern. They faced unique challenges in a context full of anxiety, fears, and uncertainties, from concerns about their own health and the health of their babies, to issues related to childbirth and motherhood in a world affected by the pandemic. Furthermore, following the development of vaccines against COVID-19, pregnant women have been faced with uncertainty surrounding the risks of coronavirus infection and doubts about the safety of available vaccines, which creates a paradox about taking precautions. decision about getting vaccinated. In this scenario, this research aims to: understand the repercussions of the COVID-19 pandemic on the gestational experience and decision-making of pregnant people about vaccines and immunization. Method: This is a study that followed a methodological path outlined from an exploratory, descriptive, quantitative and qualitative approach. The participants were Brazilian adults who gave birth between March 2020 and November 2023. Recruitment took place from 10/21/2023 to 11/24/2023 through an online questionnaire preceded by an online Free and Informed Consent. The data were exported to Excel tables and were stratified into three groups: pregnant women during the pandemic (pregnant women from March 2020 to December 2022), post-pandemic pregnant women (pregnant women from January to November 2023), pregnant women in both periods. Afterwards, they were organized and treated using descriptive statistical analysis with the help of the statistical program for the Social Sciences (SPSS - 23.0). The qualitative data were processed by the IRAMuTeQ software, and textual analyzes were performed. 1230 participants were included in the study. The results were organized systematically, where the study population was sociodemographically characterized. The quantitative analysis organized the results based on the 5C method of vaccine hesitancy - context, complacency, convenience, communication and confidence. The qualitative analysis processed by the IRAMuTeQ software was carried out through Descending Hierarchical Classification (CHD) and word cloud. The CHD was finalized in 5 classes: Class 1- Protective measures against the fear of COVID-19; Class 2- Feelings, doubts and risks regarding vaccination against COVID-19; Class 3- Repercussions of the pandemic on the gestational, labor and birth experience; Class 4- Implications of the COVID-19 pandemic on prenatal care; Class 5- Social isolation and mental health. Conclusion: the discussions produced in the study highlight the fear, doubts and implications of the COVID-19 pandemic on the gestational experience, vaccine hesitancy and decision-making about immunization. The search for protection, fears about the side effects of the vaccine, loneliness and social distancing, the absence of a support network and the damage to mental health were highlighted in the participants' reports. All of these factors contribute to vaccine acceptance or hesitancy. Thus, a holistic and collaborative approach is needed, involving education, transparent communication, access to reliable data and adequate support. Healthcare professionals play a crucial role in guiding pregnant women and helping them make informed decisions, taking into account their individual medical history, their risk of exposure to the virus and their personal concerns.
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