Impacto da chikungunya na segurança transfusional no hemocentro do município do Rio de Janeiro: um estudo transversal

Abstract

Chikungunya é uma doença viral causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV). Desde sua identificação, surtos de Chikungunya espalharam-se pelo mundo. A doença caracteriza-se por dor articular, febre e rash cutâneo. Normalmente é uma doença autolimitada, mas pode evoluir com sequelas musculoesqueléticas levando à queda na qualidade de vida dos pacientes e repercussões econômicas. O risco de transmissão de arbovírus através da transfusão de hemocomponentes vem se mostrando um fator de preocupação para os hemocentros mundiais. Estudos recentes abordam a alta proporção de doadores virêmicos e assintomáticos, principalmente durante surtos de arboviroses em diferentes regiões do mundo. Desta forma, neste estudo abordamos a hipótese de que doadores de sangue do município do Rio de Janeiro apresentam infecção assintomática para CHIKV, podendo gerar bolsas de doação comprometidas. Para respondermos a essa hipótese, temos como objetivo primário, investigar a infecção do vírus Chikungunya em bolsas de sangue doadas em um hemocentro do município do Rio de Janeiro durante o ano de 2022. Para isto, investigamos a infecção ativa pelo CHIKV em doadores de sangue assintomáticos, através do diagnóstico molecular; além da infecção recente pelo CHIKV em doadores de sangue assintomáticos, através da detecção de anticorpos IgM anti-CHIKV. Além disso, buscamos determinar a prevalência de infecção passada por CHIKV na população de doadores de sangue do Rio de Janeiro, através da investigação de anticorpos IgG anti-CHIKV e analisarmos o perfil dos doadores de sangue com sorologia positiva para CHIKV. Trata-se de um estudo transversal onde realizamos ensaios sorológicos (sorologias IgM e IgG) e RT-qPCR em amostras de doadores de sangue. Desta forma, esperávamos estimar o risco de transmissão do CHIKV por transfusões de sangue no Rio de Janeiro, em 2022 Observamos nesse estudo uma prevalência de infecção recente de 2,84% pela sorologia IgM e 23,51% pela sorologia IgG na população de doadores de sangue do hemocentro do município do Rio de Janeiro. Não foram detectadas amostras positivas em exame de biologia molecular