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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/67355
QUEM CONSOME FAKE NEWS CONSOME FAKE NEWS? OS USOS E SENTIDOS ATRIBUÍDOS À CIÊNCIA E AO JORNALISMO EM CANAIS SOBRE COVID-19 NO TELEGRAM
Monari, Ana Carolina Pontalti | Date Issued:
2024
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Esta tese investiga os discursos sobre ciência e saúde que circularam durante e após a pandemia de covid-19 em canais de informação sobre o tema no Telegram. O objetivo foi compreender os usos e sentidos atribuídos à ciência e ao jornalismo pelos usuários da plataforma e caracterizar a representação desses dois campos nos processos de desinformação científica em saúde. O estudo sustenta a tese de que não há uma desconfiança generalizada no jornalismo e na ciência, mas uma mudança na lógica de consumo de informações no século XXI: o conteúdo sobre ciência e saúde deixou de ser apenas transmitido pelas instituições e pelos meios de comunicação considerados tradicionais e ganhou novos formatos e opções de acesso (graças à internet e às redes sociais digitais), que nem sempre têm o compromisso com a produção e a transmissão de uma informação precisa e de qualidade. Além disso, surge nesta nova lógica uma outra forma de produção de conhecimento/verdade, que está pautada pela cisma (Mota, 2018) e pela manutenção e reforço das crenças pessoais. Indo na contramão dos recentes trabalhos realizados no Brasil sobre o tema, que focam na produção textual e na checagem de fatos, esta investigação parte da teoria das mediações (Martín-Barbero, 1997; Martín-Barbero, 2004) e da perspectiva antropológica para analisar os usuários dos canais sobre covid-19 no Telegram P & G (antigo Med PV), V19 e Canal José da Silva, em que o olhar etnográfico foi utilizado para descrever e interpretar os atores sociais, suas instituições, seus comportamentos interpessoais, suas produções materiais e suas crenças (Fragoso; Recuero; Amaral, 2011) Com isso, identificamos as escolhas e os usos de fontes e meios de informação sobre ciência e saúde pelos usuários do Telegram, analisamos a forma como eles se relacionam com esse tipo de conteúdo e, por fim, investigamos os processos de circulação e consumo da desinformação científica sobre saúde na referida plataforma
Abstract
This thesis investigates the discourses about science and health that circulated during and after the COVID-19 pandemic in information channels on Telegram. The objective was to understand the uses and meanings assigned to science and journalism by platform users and to characterize the representation of these two fields in processes of scientific misinformation in health. The study supports the thesis that there is not a widespread distrust in journalism and science, but rather a shift in the information consumption logic in the 21st century: content about science and health has ceased to be solely transmitted by institutions and media considered traditional and has gained new formats and access options (thanks to the internet and digital social networks), which do not always prioritize the production and transmission of accurate and high-quality information. Furthermore, in this new logic, another form of knowledge/truth production emerges, guided by schism (Mota, 2018), and the maintenance and reinforcement of personal beliefs. Contrary to recent studies in Brazil on the subject, which focus on textual production and fact-checking, this investigation used the theory of mediations (Martín-Barbero, 1997; Martín-Barbero, 2004) and an anthropological perspective to analyses users of Telegram channels about COVID-19 such as P & G (formerly Med PV), V19, and Canal José da Silva, which an ethnographic approach was used to describe and interpret social actors, their institutions, interpersonal behaviors, material productions, and beliefs (Fragoso; Recuero; Amaral, 2011). Consequently, we identified the choices and uses of sources and means of information about science and health by Telegram users, analyzed how they engage with this type of content, and ultimately investigated the processes of circulation and consumption of scientific misinformation on health in the platform
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