Atenção primária à saúde: estudo comparativo entre Brasil e Portugal por meio de um relato de experiência

Abstract

No contexto da saúde pública, o Brasil e Portugal possuem estratégias e abordagens distintas, mas com finalidades semelhantes. O sistema único de saúde (SUS) possui como princípios fundamentais a universalidade, integralidade e equidade, garantindo dessa forma que o acesso dos usuários seja inteiramente gratuito em todos os seus níveis de complexidade, prestando assistência a uma população diversificada e abrangendo territórios urbanos e rurais. Igualmente em Portugal, onde o sistema nacional de saúde (SNS) busca a universalidade, assegurando o direito à saúde aos cidadãos portugueses independente da condição social ou localização geográfica. Por sua vez, a coexistência do setor público com serviços privados permite uma abrangência maior e mais efetiva em alguns casos. Ao tratar de atenção primária à saúde no Brasil e em Portugal compartilha-se o foco na prevenção, promoção, vigilância e cuidados básicos, porém possuem diferenças notáveis na organização, gerenciamento e financiamento da APS. Como a principal porta de entrada em ambos os sistemas de saúde, temos as unidades de saúde da família (USF) que respondem às necessidades básicas da população de sua área de abrangência, respeitando as individualidades, promovendo a integralidade do cuidado e desafogando os níveis mais complexos de atenção à saúde. Ambos os sistemas enfrentam desafios como desigualdades de acesso e demanda crescente, refletindo as complexidades de adaptar os sistemas de saúde às necessidades de cada país O presente trabalho tem como objetivo discorrer a importância da APS em ambos os países e sobre as principais diferenças e semelhanças a saúde da família em Portugal e a estratégia de saúde da família no Brasil, através do relato de experiência a partir da vivência na USF do Covelo na cidade do Porto em Portugal e na USF Fazenda Grande III na cidade de Salvador no Brasil. Por fim, os resultados aqui apresentados mostram o quanto Portugal se espelha na ESF aplicada no Brasil e apesar das diferenças existentes nos sistemas de saúde, a troca de experiências entre os países é de grande valia para a valorização da APS.