Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/69252
POVOS INDÍGENAS E HIV: REFLEXÕES SOBRE JUSTIÇA SOCIAL E ACESSO À SAÚDE
Infecções por HIV
Sistemas de Informação em Saúde
Saúde de Populações Indígenas
Saúde Pública
Calixto, Diego Agostinho | Date Issued:
2024
Author
Advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola de Governo Fiocruz Brasília. Brasília, DF, Brasil.
Abstract in Portuguese
Apesar dos avanços notáveis nas metas 95-95-95 para testagem, tratamento e supressão viral do HIV no Brasil, ainda persiste uma disparidade relacionada a determinantes sociais, fatores sociodemográficos, econômicos e culturais que influenciam a vulnerabilidade de grupos populacionais à infecção pelo HIV. Este estudo adotou uma abordagem de triangulação, integrando análises qualitativas (revisão documental e de políticas públicas), análises quantitativas baseadas em boletins epidemiológicos e relatórios do Ministério da Saúde de 2018 a 2022, bem como triangulação teórica com contribuições de estudos antropológicos, de saúde coletiva e das ciências sociais e humanas. Os critérios de inclusão são casos de HIV confirmados e notificados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), enquanto os critérios de exclusão são casos duplicados ou mal preenchidos, de acordo com a vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde. Os dados sobre povos indígenas são públicos, e as questões éticas relacionadas ao respeito à privacidade e à confidencialidade, à sensibilidade cultural na interpretação dos dados e à promoção do bem-estar dessas comunidades são preponderantes nesta dissertação. No período de 2018 a 2022, a cascata de cuidado contínuo do HIV revelou disparidades entre a população indígena e não indígena. A proporção de indígenas em tratamento antirretroviral (TARV) decresceu de 68% para 62%, ao passo que a da população não indígena se manteve em 78% A proporção de indígenas com carga viral indetectável diminuiu de 64% para 58%, enquanto a da população não indígena permaneceu em 74%. Os resultados destacam a necessidade urgente de intervenções com adaptação étnico-cultural para reduzir as desigualdades na cascata de cuidado contínuo do HIV para a população indígena no Brasil. Essas intervenções devem ser baseadas na compreensão das especificidades culturais, sociais, econômicas e ambientais das comunidades, incluindo o fortalecimento da atenção primária à saúde indígena e o reforço da educação e da conscientização sobre o HIV, utilizando estratégias culturalmente sensíveis e alinhadas às suas tradições.
Abstract
Despite notable progress towards the 95-95-95 targets for HIV testing, treatment, and viral suppression in Brazil, disparities related to social determinants and sociodemographic, economic, and cultural factors influencing the vulnerability of population groups to HIV infection persist. This study adopted a triangulation approach, integrating qualitative analyses (documentary and public policy review), quantitative analyses based on epidemiological bulletins and reports from the Ministry of Health from 2018 to 2022, and theoretical triangulation with contributions from anthropological studies, public health, and social and human sciences. The inclusion criteria are confirmed and reported HIV cases in the Notifiable Diseases Information System (Sinan), while the exclusion criteria are duplicate or poorly filled cases, according to the epidemiological surveillance of the Ministry of Health. The data on indigenous peoples are public, and the ethical issues related to respecting privacy and confidentiality, cultural sensitivity in data interpretation, and promoting the well-being of these communities are paramount in this dissertation. From 2018 to 2022, the HIV continuous care cascade revealed disparities between the indigenous and non-indigenous populations. The proportion of indigenous people on antiretroviral therapy (ART) decreased from 68% to 62%, while that of the non-indigenous population remained at 78% The proportion of indigenous people with an undetectable viral load decreased from 64% to 58%, while that of the nonindigenous population remained at 74%. The results highlight the urgent need for ethnically and culturally adapted interventions to reduce inequalities in the HIV continuous care cascade for the indigenous population in Brazil. These interventions should be based on an understanding of the cultural, social, economic, and environmental specificities of the communities, including strengthening primary healthcare for indigenous people and enhancing education and awareness about HIV using culturally sensitive strategies aligned with their traditions.
DeCS
HIVInfecções por HIV
Sistemas de Informação em Saúde
Saúde de Populações Indígenas
Saúde Pública
Share