Atenção primária à saúde no Distrito Federal: análise das necessidades educacionais das equipes de saúde da família no contexto do Programa Qualis-APS

Abstract

Esta dissertação teve como objetivo principal descrever a Atenção Primária à Saúde (APS) no Distrito Federal (DF) e as necessidades educacionais das equipes de saúde da família (eSF), a partir dos resultados da sistemática de avaliação em saúde, denominado de Programa Qualis- APS com a perspectiva da melhoria dos serviços prestados na APS do DF. Neste contexto a Educação Permanente em Saúde (EPS), uma estratégia política pedagógica, que visa melhorar a prestação de serviços de saúde por meio da qualificação do processo de trabalho abordando os problemas e as necessidades das eSF buscando diálogos, e aprendizagem que tenham o potencial de qualificar as atividades profissionais, fortalecendo assim, as equipes que atuam na APS. A metodologia empregada foi de natureza exploratória-descritiva, utilizando fontes de dados secundárias e uma abordagem quanti-qualitativa por meio de pesquisa documental. A análise dos dados foi realizada por estatística descritiva simples e análise de conteúdo. Os resultados demonstraram a procura maior pela APS por parte dos usuários das cidades vizinhas à capital federal o que ressalta a necessidade de um planejamento coordenado das redes de saúde entre o DF, os municípios e estados que compõem a Região Integrada de Desenvolvimento Econômico (RIDE). Quanto à organização e caracterização da APS no Distrito Federal, as Regiões de Saúde apresentam variações, o que influencia a composição dos serviços. As Regiões Norte, Oeste e Sudoeste, possuem mais Unidades Básicas de Saúde (UBS), porém, as regiões Norte e Sul têm menos eSF em relação ao total de UBS. Os resultados do Qualis-APS demonstram uma maior intenção por parte das eSF em desenvolver ações de EPS No entanto, esse aspecto foi pouco explorado pelo instrumento de avaliação, não abrangendo plenamente o seu escopo. Através do ponto de vista dos profissionais sobre o tema da EPS, identificou-se iniciativas voltadas para práticas educativas tradicionais e a busca, ainda incipiente, por ações reflexivas no cotidiano de trabalho ou que integrem as iniciativas de EPS com o objetivo de fortalecer o modelo da Estratégia da Saúde da Família (ESF). As ações educativas planejadas ainda estão aquém do que se espera para as transformações no âmbito da APS do DF. Outros achados da pesquisa suscitam reflexões a respeito das implicações da formação inadequada para o desenvolvimento dos serviços e para a qualidade da atenção prestada. A pesquisa também evidenciou a ausência da EPS como política institucionalizada no cotidiano das UBS.