A América de Martin Luther King, Jr: bioética, biopolítica e biopoder - relação entre representantes e representados

Abstract

O presente trabalho intenta estudar e analisar as relações entre representante(s) e representado(s) dentro do Estado, sob uma perspectiva bioética. Este trabalho reflete sobre Teorias Contratualistas do Estado, tomando como referencial teórico as teorias que Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e John Locke desenvolveram para explicar e sistematizar a representação social e política e a organização do Estado. Conceitos, como: estado de natureza, pacto e contrato social, Estado Soberano, Estado de Direito, Estado de Exceção, Estado Democrático de Direito, representação social e política, representantes, representados, delegação, legitimidade, interdependência e retroalimentação serão [re]pensados, analisados e aplicados ao estudo de caso do Movimento por direitos civis dos negros nos EUA e à liderança de Martin Luther King, Jr.. A bioética será conceituada e apresentada como uma "caixa de ferramentas e instrumentos" de análise; de resistência, de normalização, normatização e regulação, de intervenção, de proteção e de harmonização para lidar com os desvios éticos, as conflituosidades e os conflitos produzidos pela corrupção na representação sócio-política. Nesta pesquisa acadêmica será estudado um caso, universalmente, reconhecido como bem-sucedido nas relações de representação social e política, isto significando a transformação de um contexto social e político adverso, através da legitimidade no exercício da representação não-violenta: o Movimento por Direitos Civis dos Negros nos EUA e seu destacado representante Martin Luther King, Jr.. Também serão consideradas as contribuições de outras expressões de representação personificadas por Elijah Muhammad e Malcolm X, Huey Newton e Bobby Seale, Stokely Carmichael e Angela Yvone Davis O objetivo teleológico desta tese é demonstrar a importância fundamental da simbiose bioética entre representantes e representados para a construção e manutenção de sociedades justas. Finalmente, será brevemente abordado um fenômeno social e político contemporâneo à produção desta tese – o Black Lives Matter –, que evidencia a distopia decorrente do adoecimento do Estado.