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DissertationCopyright
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Sustainable Development Goals
03 Saúde e Bem-EstarCollections
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INAPTIDÃO POR SÍFILIS ENTRE DOADORES DE SANGUE NA HEMORREDE SE SANTA CATARINA DE 2011 A 2023
Santos, Anderson Odilon dos | Date Issued:
2024
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Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola de Governo Fiocruz Brasília. Brasília, DF, Brasil.
Abstract in Portuguese
A transfusão de sangue é o meio de tratamento para diversas patologias e muitas vezes é insubstituível. Além da disposição da sociedade civil para a doação de sangue, os diversos critérios impeditivos que visam a segurança transfusional e a quantidade de doação limitada ao ano fazem com que se tenha uma redução da população apta para a doação, impactando no estoque do banco de sangue. Dessa forma, a prática de realizar a inaptidão desses doadores de forma definitiva culmina na exclusão de potenciais doadores nos bancos de sangue, podendo influenciar diretamente a produção de hemocomponentes e hemoderivados para atender às demandas médicas. Esse é um cenário preocupante em Santa Catarina (SC), considerando a conduta adotada pelo Hemocentro do Estado de Santa Catarina (HEMOSC) de inaptidão definitiva e a situação epidemiológica da doença no estado. O objetivo do estudo é analisar a inaptidão por sífilis entre doadores de sangue na hemorrede de Santa Catarina no período de 2011 a 2023. Estudo descritivo retrospectivo, com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários do sistema informatizado HEMOSIS. Foi analisada a distribuição espacial e temporal das taxas de inaptidão total, clínica e sorológica por sífilis, além do perfil epidemiológico e laboratorial dos doadores inaptos pela doença. Foram incluídos 8.019 doadores inaptos devido à sífilis, dos quais 1.188 (14,8%) foram recusados na triagem clínica e 6.831 na triagem sorológica (85,2%). Dos doadores inaptos na triagem sorológica, 60,27% tiveram resultado reagente em teste treponêmico, sugerindo infecção pregressa. A inaptidão sorológica apresentou evolução temporal similar à inaptidão total por sífilis, com maiores taxas em 2012, enquanto a inaptidão clínica aumentou ao longo do tempo Além da predominância de primodoadores entre os inaptos devido à sífilis em todos os anos, foi verificada redução expressiva dos doadores de repetição de 2011 a 2013, uma vez que muitos candidatos, até então aptos a doar sangue, passaram a ser considerados inaptos definitivamente, independentemente de apresentarem a doença ativa ou não. As macrorregiões de saúde da Serra Catarinense e da Grande Oeste tiveram as maiores taxas de inaptidão total por sífilis (17,8% e 14,6%, respectivamente). A inaptidão por sífilis foi maior em indivíduos do sexo masculino (53%), de 20 a 29 anos de idade (31,9%), brancos (91,2%), com ensino médio completo (35,2%) e casados (48,5%), com destaque das ocupações do lar (4,4%), estudante (4,3%) e professor (3,6%). A tipagem sanguínea mais comum entre os inaptos foi O+ (2.949 doadores). Diante das preocupações relacionadas às taxas de inaptidão definitiva por sífilis em Santa Catarina, conclui-se que é fundamental avaliar as políticas de inaptidão dos candidatos visando garantir a sustentabilidade do abastecimento de sangue no estado, sem que haja o comprometimento da segurança transfusional.
Abstract
Blood transfusion is an essential treatment for various pathologies and is often irreplaceable. Beyond the willingness of civil society to donate blood, the numerous deferral criteria aimed at ensuring transfusion safety and the annual donation limits reduce the pool of eligible donors, impacting blood bank supplies. Consequently, permanently deferring donors leads to the exclusion of potential blood donors, which may directly affect the production of blood components and derivatives to meet medical demands. This is a particularly concerning scenario in Santa Catarina (SC), considering the permanent deferral policy adopted by the Hemocenter of Santa Catarina State (HEMOSC) and the state's epidemiological situation regarding the disease. The objective of the study is to analyze the deferral due to syphilis among blood donos in the blood netword of Santa Catarina from 2011 to 2023. A retrospective descriptive study with a quantitative approach, using secondary data from the HEMOSIS computerized system. The spatial and temporal distribution of total, clinical, and serological deferral rates for syphilis was analyzed, as well as the epidemiological and laboratory profiles of donors deferred due to the disease. A total of 8,019 donors were deferred due to syphilis, of which 1,188 (14.8%) were rejected during clinical screening and 6,831 (85.2%) during serological screening. Among the donors deferred during serological screening, 60.27% had reactive results in treponemal tests, suggesting past infection. The temporal evolution of serological deferral mirrored total syphilis deferral rates, peaking in 2012, while clinical deferral rates increased over time. Besides the predominance of first-time donors among those deferred due to syphilis throughout all years, there was a significant reduction in repeat donors between 2011 and 2013. Many candidates previously eligible to donate blood became permanently ineligible, regardless of whether they had active disease. The Serra Catarinense and Grande Oeste health macroregions had the highest total deferral rates for syphilis (17.8% and 14.6%, respectively). Syphilis deferral was more common among males (53%), individuals aged 20 to 29 years (31.9%), Whites (91.2%), those with complete high school education (35.2%), and married individuals (48.5%). Highlighted occupations included homemakers (4.4%), students (4.3%), and teachers (3.6%). The most common blood type among deferred donors was O+ (2,949 donors). Given the concerns related to permanent syphilis deferral rates in Santa Catarina, it is crucial to reassess donor deferral policies to ensure the sustainability of the blood supply in the state without compromising transfusion safety.
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