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AVALIAÇÃO DA SUSCETIBILIDADE DE MYCOBACTERIUM MASSILIENSE ISOLADOS DE SURTO EPIDÊMICO DE INFECÇÕES DE SÍTIO CIRÚRGICO EM HOSPITAIS DO RIO DE JANEIRO FRENTE A DESINFETANTES
Souto, Aline da Silva Soares | Fecha del documento:
2011
Titulo alternativo
Evaluation of susceptibility of Mycobacterium massiliense isolated outbreak of surgical site infections in hospitals in Rio de Janeiro against disinfectantsDirector
Miembros de la junta
Afiliación
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
Resumen en portugues
Os surtos de infecções por micobactérias de crescimento rápido (MCR) após procedimentos médicos invasivos, ocorridos em diferentes estados do país, resultaram no surgimento de inúmeros questionamentos em relação às características dos micro-organismos envolvidos, aos procedimentos empregados na desinfecção de equipamentos e principalmente na eficácia dos produtos utilizados nesses procedimentos, até então considerados seguros para essa aplicação. Mycobacterium massiliense, entre outras MCRs, tem sido isolada como agente etiológico de infecções localizadas e sistêmicas, e um único clone (BRA100) se mostra prevalente em todo o país. A não evidência de transmissão de MCR através do contato entre pessoas tem levado a proposição de que a infecção possa ocorrer a partir de fontes ambientais, reforçando a suspeita de desinfecção inadequada dos artigos médicos. O objetivo deste estudo foi avaliar a suscetibilidade de MCR pelo Método Confirmatório para Avaliação da Atividade Micobactericida de Desinfetantes da Association of Official Analytical Chemists, frente aos desinfetantes à base de glutaraldeído, ácido peracético e ortoftalaldeído. Foram avaliadas 5 cepas clínicas de M. massiliense pertencentes ao clone BRA100, juntamente com as cepas de referência M. abscessus ATCC 19977, M. chelonae ATCC 35752, M. fortuitum ATCC 6841 e M. massiliense INCQS 00594. Para os produtos à base de glutaraldeído, observou-se que nenhum deles foi eficaz para M. bovis BCG Moreau, que é a única cepa de referência preconizada pela AOAC nos ensaios de verificação da eficácia deste tipo de produto. M. chelonae foi destruído pelos três desinfetantes testados, enquanto M. fortuitum apenas por dois desses. Os três desinfetantes foram ineficazes frente à M. abscessus e M. massiliense...
Resumen en ingles
Os surtos de infecções por micobactérias de crescimento rápido (MCR) após procedimentos médicos invasivos, ocorridos em diferentes estados do país, resultaram no surgimento de inúmeros questionamentos em relação às características dos micro-organismos envolvidos, aos procedimentos empregados na desinfecção de equipamentos e principalmente na eficácia dos produtos utilizados nesses procedimentos, até então considerados seguros para essa aplicação. Mycobacterium massiliense, entre outras MCRs, tem sido isolada como agente etiológico de infecções localizadas e sistêmicas, e um único clone (BRA100) se mostra prevalente em todo o país. A não evidência de transmissão de MCR através do contato entre pessoas tem levado a proposição de que a infecção possa ocorrer a partir de fontes ambientais, reforçando a suspeita de desinfecção inadequada dos artigos médicos. O objetivo deste estudo foi avaliar a suscetibilidade de MCR pelo Método Confirmatório para Avaliação da Atividade Micobactericida de Desinfetantes da Association of Official Analytical Chemists, frente aos desinfetantes à base de glutaraldeído, ácido peracético e ortoftalaldeído. Foram avaliadas 5 cepas clínicas de M. massiliense pertencentes ao clone BRA100, juntamente com as cepas de referência M. abscessus ATCC 19977, M. chelonae ATCC 35752, M. fortuitum ATCC 6841 e M. massiliense INCQS 00594. Para os produtos à base de glutaraldeído, observou-se que nenhum deles foi eficaz para M. bovis BCG Moreau, que é a única cepa de referência preconizada pela AOAC nos ensaios de verificação da eficácia deste tipo de produto. M. chelonae foi destruído pelos três desinfetantes testados, enquanto M. fortuitum apenas por dois desses. Os três desinfetantes foram ineficazes frente à M. abscessus e M. massiliense. Os desinfetantes à base de ácido peracético demonstraram eficácia para todas as micobactérias empregadas (nenhum crescimento), embora as cepas de M. massiliense tenham demonstrado uma suscetibilidade reduzida ao Ácido peracético B. O produto à base de ortoftalaldeído foi eficaz frente a M. bovis BCG Moreau e M. chelonae. Todas as outras micobactérias estudadas foram tolerantes a esse desinfetante. A alta tolerância das cepas de M. massiliense ao glutaraldeído foi um fator determinante para a recente inclusão da cepa, referente a essa espécie bacteriana, como obrigatória nos ensaios da avaliação da atividade micobactericida para comprovação da eficácia dos produtos visando registro junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Visando a redução de infecções nosocomiais e, consequentemente, a promoção da saúde da população, sugere-se que o uso de produtos à base de glutaraldeído deve ser suspenso para quaisquer fins no que diz respeito à desinfecção de alto nível, já que todas as cepas de M. massiliense provenientes de surto e pertencentes ao clone prevalente no país foram tolerantes a esse desinfetante.
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