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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14357
CÂNCER DE MAMA EM MULHERES JOVENS NO RIO DE JANEIRO: ESTUDO DE FATORES DE RISCO E SOBREVIDA
Mulher jovem
Fatores de risco
Pré-menopausa
Sobrevida
Survival
Ortega-Jácome, Guillermo Patricio | Date Issued:
2013
Alternative title
Breast cancer in young women in Rio de Janeiro: study of risk factors and survivalAdvisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
O câncer de mama é um dos cânceres mais comuns a nível mundial e no Brasil. O câncer de mama não é comum em
mulheres jovens (<36 anos) porém tem um prognóstico ruim e uma pobre sobrevida. O objetivo deste estudo é
verificar fatores de risco e sobrevida em mulheres jovens diagnosticadas com câncer de mama em um centro de
referência oncológica em câncer na cidade de Rio de Janeiro. Mulheres com menos de 36 anos de idade com
diagnóstico histopatológico de câncer de mama no Instituto Nacional de Câncer entre 01/01/1999 e 31/12/2006
foram selecionadas para o estudo. O total de pacientes varia em cada delineamento de estudo.
Cento e dez mulheres entre 20-35 anos diagnosticada com câncer de mama foram entrevistadas para determinar a
freqüência de fatores de risco ambientais associados a câncer de mama.Um questionário incluindo informação
pessoal (antecedentes médicos e de estilo de vida, história reprodutiva, história familiar de câncer exposições a
radiação e produtos químicos) foi aplicado e os dados comparados com o grupo controle (mulheres sem câncer).
Uma regressão logística na condicional foi realizada para verificar as razões de chances (OR) e seus intervalos de
confiança (CI). Setenta e um por cento de casos foram de câncer esporádico, e agregação familiar (familiares de
primeiro grau) foi observada em somente 3,5% (%,5% incluindo familiares de segundo grau). Quarenta (51,3%) dos
casos de câncer indicaram residir a uma distância de menos de 20 metros de um transformador de energia elétrica.
Análises bivariados revelaram uma OR – 5,62 (95% CI 2,63-12,0) para uso residencial de pesticidas durante a vida
adulta, OR 2,15 (95% CI 1,22-3,77) para Rx. dentários diagnósticos e OR =1,53 (95% CI 0,77-3,04) para morar
perto de um transformador de energia elétrica. Uma análise multivariada posterior mostrou uma OR ajustada de 3,5
(95% CI 1,11-11,0) para uso residencial de pesticidas e 2,0 (95% CI 1,24-3,23) para Rx. diagnósticos na vida adulta.
Duzentas e vinte e quatro mulheres previamente diagnosticadas com câncer de mama e 246 controles de base
hospitalar foram entrevistados. As razões de chances (OR) foram calculadas por regressão logística não condicional,
controladas por idade e escolaridade. Para o cálculo da função de risco utilizou-se o estimador de Kaplan Méier e as
diferenças comparadas pelo teste log-rank. Resultados. Das 224 mulheres diagnosticadas com câncer de mama,
24,1% delas tiveram familiares com história prévia de câncer de mama, 5,4% em familiares de primeiro grau. No
mesmo grupo 60,3% referiram outros tipos de câncer nos familiares. Quando comparados com o grupo controle o
risco de apresentar câncer de mama aumentou em 4,3 vezes (95% IC 1,2 - 15,8) nas mulheres que referiram câncer
de mama em familiares de primeiro grau; 3,2 vezes (95% IC 1,6 - 6,2) em familiares diagnosticados antes dos
cinquenta anos; e 2,5 vezes (95% IC 1,5 - 4,2) nas que referiram câncer de mama em qualquer familiar. O risco de
câncer de mama aumenta proporcionalmente com o número de familiares afetados com câncer de mama (p < 0,000)
e também com o número de familiares afetados com outros tipos de câncer (p < 0,000).
Foram investigadas 329 pacientes com idade < 36 anos diagnosticadas com câncer de mama no período 01/01/1999 a
31/12/2003 no Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro. Foram analisadas as características patológicas,
terapêuticas e a sobreviva de 5 anos. A coorte foi estratificada em pacientes com idade ≤ 30 anos, e aquelas na faixa
etária 31-35 anos. Resultados. A média de idade na coorte analisada foi de 31,6 anos (desvio padrão, dp = 3,1). Foi
observado um percentual mais elevado de pacientes com estadiamento IV no estrato < 31 anos que 31-35 anos
(22,6% vs 13,8%, p=0,065). O estrato < 31 anos apresentou percentuais mais elevados de tumores pouco
diferenciados, linfonodos axilares comprometidos, e receptores hormonais negativos comparativamente com as
pacientes de 31-35 anos ( P> 0,05). O tratamento cirúrgico foi realizado em 73,3% das pacientes na coorte, com
cirurgia conservadora em 26,6%, quimioterapia em 84,2% (neoadjuvância em 38,3%), radioterapia em 64,1% e
hormonioterapia em 50,2%. Não foi observada diferença significativa quanto ao tipo de tratamento realizados em
ambos grupos etários. A sobrevida de 5 anos em mulheres com idade 31-35 anos foi de 60,1% e de 50,3% naquelas
com idade <31 anos já a sobrevida de 10 anos foi da ordem de, respectivamente 47,1 e 46,5%, teste log rank,
p=0,261.
Nossos dados mostram que o câncer de mama em mulheres jovens tem riscos significativos diferentes, fatores
prognósticos desfavoráveis e baixa sobrevida.
Abstract
Breast cancer is one of the most common cancers among women worldwide and in Brazil. Breast cancer is
uncommon in young women (< 36 years) but are more likely to have a worse prognosis and poor survival. This study
aimed to ascertain risks factors and survival in young women diagnosed with breast cancer in an oncological
reference center in the city of Rio de Janeiro. Women < 36 years of age with a histopathological diagnosis of breast
cancer at the Brazilian National Cancer Institute (INCA) between 01/01/1999 and 12/31/2006 were selected for the
study. The number of patients varies with the type of study.
One hundred and ten women 20–35 years old diagnosed with breast cancer were interviewed to determine the role
environment plays in patients cased upon residential location. A comprehensive questionnaire including personal
information (medical and lifestyle antecedents, reproductive history, family history of cancer, chemical and radiation
exposure) was employed, and the obtained data were further compared with data provided by controls (women
without cancer). An unconditional logistic regression was further employed to ascertain the respective odds ratios
(OR) and their 95% confidence intervals (CI). Seventy-one percent of cancer cases were sporadic breast cancer, and
familial aggregation (first degree relatives) was observed in just 3.5% (5.5% including second-degree relatives).
Forty (51.3%) of the cancer cases were reported to have resided at a distance of less than 20 m from an electrical
power transformer. Bivariate analysis revealed OR = 5.62 (95% CI 2.63–12) for residential use of pesticides during
adulthood, OR = 2.15 (95% CI 1.22–3.77) for dental diagnostic x-rays, and OR= 1.53 (95% 0.77–3.04) for living
nearby an electrical power transformer. Further multivariate analysis showed an adjusted OR = 3.5 (95% CI 1.11–
11.0) for residential use of pesticides, and an adjusted OR = 2 (95% CI 1.24–3.23) for dental diagnostic x-rays
during adulthood.
Two hundred and twenty four women diagnosed with breast cancer and 246 hospital-based controls were
interviewed to determine the family history of breast and other cancers in first and second degree relatives. Odss
ratio for breast cancer were calculated by non conditional logistic regression, controlled by age and scholar
formation. For the risk function a Kaplan Meier statistics were calculated and differences verified by the log rank
test. Results: of the 224 women with breast cancer, 24,1% reported relatives with history of breast cancer, 5,4% in
first degree relatives. In the same group 60,3% reported cancer history in other relatives. When compared with the
control group, breast cancer risk increases in 4.3 times (95% CI 1.2-15.8) in women with history of breast cancer in
first degree relatives; 3.2 times (95% CI 1.6-6.2) in women with relatives diagnosed before 50 years of age; and 2.5
times (95% CI 1.5-4.2) in women with any relative diagnosed with cancer. Breast cancer risk increases
proportionally with the number of relatives diagnosed with breast cancer (p < 0.000) and also with the number of
relatives affected with other types of cancer (p < 0.000).
A follow-up of a hospital-based cohort of 329 women < 36 yr. with histopathological diagnosis of breast cancer at
the Brazilian National Cancer Institute (INCA) between 01/01/1999 and 12/31/2003 was carried out. Their
pathological antecedents and performed therapeutics were retrieved, and their 5-yr survival ascertained. The cohort
was stratified by age in < 31 yr. and 31-35 yr strata. A higher proportion of stage IV at diagnosis was observed
among patients < 31 yr. (22,6% vs 13,8%, p=0,065). The stratum < 31 yr. showed a higher distribution of
undifferentiated tumors, nodes invasion and negative hormonal receptors comparatively to patients 31-35 yr ( p>
0.05). Surgical treatment was performed in 73.3% of patients (26.6% conservative), chemotherapy carried out in
84.2% (neoadjuvant chemotherapy in 38.3%), radiotherapy in 64.1%, and hormonal therapy in 50.2%. No statistical
significant differences were observed between both age groups according to the performed treatment. Five years
survival was 60.1% among patients 31-35 yr, and 50.3% among women < 31 yr and ten years survival were,
respectively, 47.1% and 46.5%, log rank test p= 0.261.
Our data demonstrate that breast cancers arising in young women have a significantly different risks and unfavorable
prognostic factors and poor survival.
Keywords in Portuguese
Câncer de mamaMulher jovem
Fatores de risco
Pré-menopausa
Sobrevida
Survival
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