Ciência e arte segundo jovens brasileiros: desafios para uma educação transdiciplinar e promotora de saúde e cidadania

Abstract

O presente trabalho está ancorado na importância da integração arte/ciência na educação formal e não-formal, como oportunidade de desenvolvimento humano comprometido com a saúde, equidade, justiça social e cidadania. Tal perspectiva considera o conceito de saúde muito mais amplo que a mera ausência de doenças, vinculado à noção de bem estar pleno do indivíduo em seus múltiplos campos de atuação, Também está em consonância com os “Parâmetros Curriculares Nacionais (2000)”, documento oficial do Ministério da Educação no Brasil, que ao contemplar a “estética da sensibilidade” como tema curricular, objetiva valorizar a diversidade cultural brasileira e criticar formas estereotipadas e reducionistas de expressar a realidade. Tais propostas apontam desafios que podem ser melhor enfrentados ao se conhecer as ideias prévias de jovens, sobre ciência e arte e de que modo tais percepções afetam suas vidas cotidianas. Nesse sentido, 83 jovens, entre 12 e 17 anos, res ponderam questionários e revelaram suas opiniões sobre ciência e arte. Uma análise preliminar dos dados aponta que os estudantes, apesar de demonstrarem visões estereotipadas dos fazeres científico e artístico, paulatinamente, vêm se desvencilhando destas visões e parecem indicar que caminhos que explorem a interseção entre diferentes áreas do conhecimento são viáveis e desejados, por contribuírem para estabelecer relações mais harmônicas. Este trabalho integra pesquisa de doutoramento que explora aproximações entre ciência e teatro e inclui a participação de jovens em oficinas integradoras sobre arte & ciência, bem como a criação coletiva de peça teatral que explora vida e obra de artistas e cientistas contemporâneos entre si. Acreditamos que ao incentivar o intercâmbio de diferentes culturas, saberes e atores sociais, estimulamos a formação de cidadãos com maior capacidade de efetuar leituras mais plurais do mundo, menos conflituosas, e, por conseguinte, mais saudáveis.