Fatores associados à perda dentária em adultos em uma capital do nordeste no Brasil: estudo de caso-controle

Abstract

A perda dentária persiste como problema de saúde pública no Brasil. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores associados à perda dentária em adultos em Recife/PE. Trata-se de estudo de caso-controle. Os casos foram indivíduos de 18 a 59 anos, com vinte ou mais dentes, que realizaram exodontia pelo SUS. Os controles fizerem outros procedimentos odontológicos. A amostra foi de 325 casos e 664 controles. A variável dependente foi a exodontia de um ou mais dentes permanentes. As variáveis independentes agregaram-se em sete domínios: socioeconômico e demográfico, hábitos comportamentais, perfil autorreferido de doenças crônicas, rejeição ao tratamento dentário, autopercepção e impactos em saúde bucal, necessidade autorreferida de tratamento odontológico e acesso a serviços de saúde bucal. Estimou-se medidas de efeito por Odds Ratio mediante modelos de regressão logística simples (elegeu-se as variáveis com p-valor maior o igual a 0,25) e múltipla (permaneceram as de p<0,05) com base em um modelo teórico hierarquizado. Fez-se georreferenciamento e estimou-se as superfícies de risco por meio de diagramas de Voronoi. Há maiores chances de perda dentária associadas aos fatores: renda familiar até 250 reais (OR=3,13), sexo masculino (OR=1,61), escolaridade abaixo da mediana de dez anos de estudo (OR=1,47). Não se consultar por medo de dentista (OR=1,46). Insatisfação com a boca/dentes (OR=1,62). Necessidade autorreferida de extração dentária (OR= 4,8) ou prótese total superior (OR=2,08), ou prótese para substituir um ou mais dentes (OR=1,14). Motivo da última consulta odontológica ter sido extração dentária (OR=1,69) ou tratamento (OR=1,49)