Abstract in Portuguese | Esta edição traz à tona informações essenciais e novas sobre a aids, hanseníase e outras questões de saúde pública que, apesar de já conhecidas, ainda apresentam desafios complexos. A hanseníase, por exemplo, mesmo com um nome menos estigmatizante e tratamentos eficazes, continua a ter uma das maiores incidências no mundo, depois da Índia. Embora o SUS ofereça tratamento gratuito, falta uma conscientização ampla da sociedade e uma busca ativa para diagnosticar a doença precocemente. A redução dos números desde 1990 é notável, mas ainda longe da erradicação que havia sido prometida para 2005.
A aids também reaparece, abordando histórias como a de Ana Vitória, que nasceu sem o vírus HIV, apesar de ser filha de uma portadora. Essa história emocionante nos leva a refletir sobre o direito à maternidade e as relações sexuais seguras para portadores do vírus. Embora o Brasil seja reconhecido por sua política de tratamento universal, ainda há preocupações com o diagnóstico tardio e o alto custo do tratamento, especialmente em uma sociedade desigual. Isso leva à pergunta se a aids está se tornando mais uma endemia brasileira, como a hanseníase e a tuberculose.
O tabagismo também é destacado como um determinante para doenças crônicas, como o câncer, e sua migração dos países ricos para os países em desenvolvimento é alarmante. A indústria do tabaco tem como alvo principalmente jovens e mulheres em nações mais pobres, o que, segundo a OMS, resultará em 80% das mortes relacionadas ao fumo até 2030. A crescente preocupação com essa mudança epidemiológica mostra a urgência de políticas públicas eficazes para o controle do tabagismo.
Em meio a tudo isso, os cortes orçamentários na saúde, incluindo um corte significativo de R$ 72,6 milhões na Fiocruz, preocupam. Esse impacto afeta áreas vitais, como a produção de vacinas, medicamentos, diagnósticos e pesquisa, prejudicando diretamente o controle de doenças no país. Em suma, há uma clara necessidade de mais investimentos em saúde, políticas públicas robustas e um esforço coletivo para enfrentar os desafios de doenças negligenciadas e preveníveis no Brasil. | pt_BR |