RADIS - Número 91 - Março

Abstract

O texto aborda a interpretação distorcida da liberdade de expressão por parte de algumas emissoras de rádio e TV, que a veem como a liberdade para agir conforme seus interesses econômicos. Essa visão é considerada um ilusionismo que compromete não apenas a liberdade individual de expressão, mas também a liberdade necessária ao jornalismo, o direito à comunicação e à informação, bem como o controle social sobre o poder público e empresas que lidam com bens públicos, como a comunicação. Para sustentar essa perspectiva, as corporações atacam processos democráticos de expressão de opinião, como conferências nacionais em diversas áreas e a Constituinte de 1988. O texto destaca a negligência da mídia em cobrir eventos importantes, como as conferências de Saúde Ambiental e de Comunicação, que abordaram temas relevantes e criticaram a falta de democracia na informação controlada por poucos conglomerados. A Conferência Nacional de Saúde Ambiental reuniu cerca de 60 mil pessoas em 285 municípios, discutindo estratégias para tornar a vida e os territórios mais saudáveis e sustentáveis. Já a Conferência Nacional de Comunicação, em sua primeira edição, enfrentou críticas da mídia comercial, que rotulou o controle social como "censura". Apesar disso, emergiram 6 mil propostas nas conferências municipais e estaduais, resultando na criação do Conselho Nacional de Comunicação e em medidas como a garantia de pluralidade de conteúdo e a proibição de monopólios e oligopólios nos meios de comunicação. O texto destaca a celebração de líderes da sociedade e do poder público, assim como empresários que participaram democraticamente das discussões sobre a comunicação brasileira.