RADIS: Comunicação e Saúde, número 153, junho

Abstract

Há seis anos, a Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro, em parceria com diversas instituições e coordenada pela Fiocruz, iniciou um projeto inovador em uma reserva indígena próxima às fronteiras do Brasil com a Colômbia e a Venezuela. O objetivo era elevar a escolaridade de agentes comunitários indígenas de saúde, melhorar a atenção básica e respeitar as especificidades culturais. O projeto foi bem-sucedido, com 139 agentes concluindo o curso técnico após longos afastamentos das famílias. As mudanças incluem maior atenção a determinantes de saúde, melhor cuidado a mulheres e crianças, e um acompanhamento mais eficaz dos doentes. Os técnicos agora têm um olhar vigilante sobre o território e o Sistema Único de Saúde (SUS), representando tanto a comunidade quanto o sistema de saúde. Esta edição também destaca alertas sobre questões como agrotóxicos, transgênicos, mídia, sarampo e privatização da saúde. Além disso, homenageia o casal Leônidas e Maria Deane, mentores de pesquisadores, e destaca a construção conjunta de um modelo de formação intercultural para promover a saúde dos povos indígenas. O texto ressalta a transformação de profissionais ao longo dessa experiência única.