Avaliação do impacto das condições de saúde bucal na qualidade de vida dos hipertensos

Abstract

O estudo foi do tipo observacional, transversal, descritivo e analítico, que buscou estimar a prevalência dos agravos bucais, caracterizar as condições socioeconômicas, de estilo de vida, morbidade bucal referida, uso de serviços, bem como analisar a associação dessas variáveis com o impacto na qualidade de vida em relação à saúde bucal (QVRSB) em pacientes hipertensos. Os dados foram analisados através dos testes de Qui-Quadrado, Mann-Whitney, Exato de Fisher, seguidos de Regressão Logística. A prevalência de impacto na QVRSB foi de 70%, estimada por meio do instrumento OHIP-14. Nas análises univariadas, encontrou-se diferença estatisticamente significante entre os indivíduos com e sem impacto para as variáveis: dor de dente nos últimos 6 meses (p<0,001); sangramento gengival (p=0,04); a necessidade e uso de prótese superior (p=0,007) e etilismo (p=0,043). A regressão logística revelou maior chance de impacto para a variável Prótese Superior Insatisfatória, quando comparada a Prótese Superior Satisfatória (OR 7,14 [IC95% 1,60 – 31,95]), Necessidade de Prótese Superior (OR 7,03 [IC95% 1,78 – 27,75]) e Não necessidade de Prótese Superior (OR 11,08 [IC95% 2,02 – 60,82]); maior chance de impacto para o indivíduo que bebeu nos últimos 30 dias (OR 5,3 [IC95% 1,35 – 20,80]); e maior chance de impacto para o indivíduo que teve sua última consulta há mais de dois anos, quando comparado a aquele que teve sua consulta entre um a dois anos (OR 2,93 [IC95% 1,01 – 8,50]). Desta forma, recomenda-se que a atenção à saúde bucal deva integrar os cuidados aos pacientes hipertensos, a fim de se reduzir a prevalência de impacto na QVRSB e melhorar os resultados de saúde e qualidade de vida.